Mercosul está paralisado e precisa ser revisto, diz Fiesp

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) fez duras críticas à política externa brasileira, especialmente no que diz respeito ao Mercado Comum do Sul (Mercosul), que considera paralisado. A entidade defendeu a revisão das regras desse bloco, para retornar ao espírito que motivou sua criação, ou seja, a abertura comercial entre os países membros (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela). Já o governo afirma que o Mercosul passa por um ‘momento de dinamismo’.

Durante audiência pública promovida nesta quarta-feira pela Comissão de Relações Exteriores e de DefesaNacional, o presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, Rubens Barbosa, disse que a política comercial externa brasileira precisa ser despolitizada com urgência.

Rubens Barbosa, que foi embaixador e primeiro coordenador do Mercosul, disse que o Brasil está cada vez mais isolado no mundo em razão de decisões equivocadas de política externa, além de estar perdendo mercado externo pela falta de competitividade provocada pelo chamado ‘custo Brasil’ – os encargos que recaem sobre a indústria e encarecem os produtos.

Mais pragmatismo e menos ideologia

Quanto ao Mercosul, Barbosa disse que o Brasil precisa ter uma atitude mais pragmática e realista, focando sua estratégia nos interesses comerciais do País e não em questões ideológicas. Segundo Barbosa, o Mercosul precisa de regras que funcionem e que não sejam desrespeitadas o tempo todo, impunemente.

Barbosa ressaltou que o Brasil perdeu 20% das suas exportações para a Argentina, nos últimos anos, em razão das barreiras que aquele país vem criando contra os produtos brasileiros. Em resposta a essas barreiras, segundo ele, o governo adota uma “paciência estratégica” sem fim. “Até em uma família, a paciência tem que ter um limite”, afirmou.

Somente três acordos comerciais

O ex-embaixador destacou que foram registrados na Organização Mundial do Comércio (OMC), nos últimos 13 anos, 353 acordos comerciais internacionais. Nesse período, que corresponde aos governos do PT, ele disse que o Brasil assinou apenas três acordos comerciais, e assim mesmo por razões políticas, sem relevância comercial (com a Autoridade Palestina, o Egito e Israel). “Nós estamos isolados”, disse.

Em relação aos problemas internos do Mercosul, como a atual crise comercial entre Argentina e Uruguai e os problemas políticos entre Venezuela e Paraguai, Barbosa afirmou: “Estamos no meio de um processo de desintegração e insegurança. O Brasil está perdido, paralisado, a reboque dos acontecimentos, e precisa assumir um papel de liderança”.

Informações da Agência Câmara

Camex aprova proposta de livre-comércio com UE

Segundo ministro da Agricultura, lista de oferta será apresentada aos sócios do Mercosul, antes de ser encaminhada aos europeus

Renata Veríssimo, do 

REUTERS/Andres Stapff

 

Exportações e importações: ministro não quis antecipar detalhes da proposta de livre-comércio com o boco europeu

Brasília – A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou nesta quinta-feira, 03, a proposta de livre-comércio com a União Europeia, informou o ministro da Agricultura, Antônio Andrade.

Segundo ele, a lista de oferta aprovada pela Camex será apresentada aos sócios do Mercosul, antes de ser encaminhada aos europeus. Ele, no entanto, não quis antecipar detalhes da proposta. Afirmou apenas que a oferta aprovada está “num nível aceitável pela União Europeia”.

Andrade explicou que pode haver mudanças de alguns produtos na lista, a pedido de setores. O ministro acredita que uma proposta com o Mercosul possa ser fechada em 30 dias, mas admite que a Argentina tem criado dificuldades. “Acredito que dentro em breve a Argentina deve mandar a sua lista e poderemos apresentar a proposta à União Europeia”, disse, após a reunião da Camex.

Nomenclatura Comum do Mercosul – Sistema harmonizado

O Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, ou simplesmente Sistema Harmonizado (SH), é um método internacional de classificação de mercadorias, baseado em uma estrutura de códigos e respectivas descrições.

Este Sistema foi criado para promover o desenvolvimento do comércio internacional, assim como aprimorar a coleta, a comparação e a análise das estatísticas, particularmente as do comércio exterior. Além disso, o SH facilita as negociações comerciais internacionais, a elaboração das tarifas de fretes e das estatísticas relativas aos diferentes meios de transporte de mercadorias e de outras informações utilizadas pelos diversos intervenientes no comércio internacional.

A composição dos códigos do SH, formado por seis dígitos, permite que sejam atendidas as especificidades dos produtos, tais como origem, matéria constitutiva e aplicação, em um ordenamento numérico lógico, crescente e de acordo com o nível de sofisticação das mercadorias.

O Sistema Harmonizado (SH) abrange:

Nomenclatura – Compreende 21 seções, composta por 96 capítulos, além das Notas de Seção, de Capítulo e de Subposição. Os capítulos, por sua vez, são divididos em posições e subposições, atribuindo-se códigos numéricos a cada um dos desdobramentos citados. Enquanto o Capítulo 77 foi reservado para uma eventual utilização futura no SH, os Capítulos 98 e 99 foram reservados para usos especiais pelas Partes Contratantes. O Brasil, por exemplo, utiliza o Capítulo 99 para registrar operações especiais na exportação;
Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado – Estabelecem as regras gerais de classificação das mercadorias na Nomenclatura;
Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH) – Fornecem esclarecimentos e interpretam o Sistema Harmonizado, estabelecendo, detalhadamente, o alcance e conteúdo da Nomenclatura.

 

(Fonte)

Cresce a participação comercial do Brasil no Mercosul

União aduaneira, livre comércio intrazona e política comercial comum aos países do bloco, fazem com que o Mercosul seja um mercado propício para o crescimento da entrada de empresas brasileiras. A possibilidade de exploração conjunta é outro atrativo que fomenta o comércio exterior na América do Sul.

Os números comprovam o bom momento da balança comercial Brasil Mercosul. Somente em março, os embarques de bens brasileiros para os países vizinhos cresceram 7,2%. Destaque para os resultados das relações com a Argentina, terceiro maior parceiro comercial do país, com registro de alta de 7,7% no último mês; em fevereiro houve expressiva queda de 20% no volume médio de vendas diárias. “Os índices atuais refletem os primeiros sinais de recuperação da economia argentina e os esforços do governo brasileiro para reatar o comércio com o país”, explica Jorge Lima, sócio-fundador e diretor comercial da Mundial Import & Export Solutions, uma das mais importantes e completas empresas de comércio exterior do Paraná.

O desenvolvimento do processo de internacionalização das empresas nacionais é um feito histórico, que indica o novo padrão de desenvolvimento do país. Os produtos industrializados já representam mais da metade das exportações brasileiras para o Mercosul, os bens manufaturados e semimanufaturados corresponderam, em março, 51,9% das vendas externas, mesmo com a safra agrícola recorde. “Os produtos das empresas paranaenses podem ser muito bemvalorizados em diversos países, seja em continentes mais distantes ou até mesmo na própria América Latina. O aumento do intercâmbio implica também no incremento das importações e não só das exportações”, conclui Lima.

 

Sobre a Mundial Import & Export Solutions  – Fundada em 1991, a Mundial Import & Export Solutions se diferencia no mercado pelo suporte oferecido ao cliente que abrange todas as etapas da cadeia de importação e exportação de produtos, máquinas e equipamentos. É uma Global Player que atua desde a coleta das mercadorias nos fornecedores, passando pelo transporteinternacional, o despacho e desembaraço aduaneiro, bem como o transporte da mercadoria até a fábrica.  A empresa ainda é pioneira no setor de serviços em comércio exterior, sendo a primeira no Brasil a ser certificada pela ISO 9000 desde 1997. Além da sede e um escritório operacional localizados em Curitiba, a empresa a Mundial RSP, em São Paulo. A empresa completa a sua estrutura com representantes parceiros nos portos e fronteiras de todo o Brasil. Mais informações www.mundialnet.com.br .

 Fonte: contato@smartcom.net.br

Acordo comercial entre EUA e Europa é alerta

Enquanto todos esperam a fumaça branca com a tradicional frase em latim Habemus Papa, o mundo continua girando fora do Vaticano, principalmente no aspecto comercial. Vários países da União Europeia estão mal. Talvez, por isso acenam com acordo comercial com os Estados Unidos da América (EUA). Ora, se era o que faltava para acender o sinal de alerta para o Mercosul, segundo antecipou o presidente José Mujica, do Uruguai, ele está brilhando.

O presidente Barack Obama disse estar modestamente otimista de que os EUA e a União Europeia (UE) conseguirão assinar um acordo comercial para expandir o crescimento econômico. Obama afirmou que, após enfrentar anos de dificuldade com a crise fiscal, a UE está “mais faminta por um acordo do que no passado”. Olhem só a situação, pois o Mercosul está desarticulado há muito tempo. Os EUA cresceram pouco mais de 2% em 2012, e as perspectivas para 2013 são mais animadoras. Na União Europeia, a Alemanha também está otimista, com ela mesma e com os emergentes, no segundo semestre.

A euforia que dominou a economia da Europa, na última década do século XX e até 2008, se desvaneceu em meio a uma fumaça escura, ainda que organismos internacionais indiquem que o pior já passou. Entretanto, na Espanha, são cinco milhões de desempregados, um horror. A Espanha surfou em ondas de progresso desde que o euro foi implantado. Mas, a unificação juntou economias desiguais e nivelou moedas por cima, encarecendo tudo. Ficou fácil importar e difícil exportar em países como Espanha, Portugal, Grécia e, agora, até mesmo na França e na Itália. Com a explosão da bolha imobiliária nos EUA e a quebra do banco Lehman Brothers, em 2008, a realidade desabou tanto nos EUA como, depois, as marolas chegaram à União Europeia. Um após outro, os países viram murchar os negócios, bancos falirem e o modelo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) baseado no consumo lastreado no crédito fácil acabar.

A economia da Itália teve contração de 0,9% durante os três últimos meses de 2012. Na Grécia, a contração do PIB no quarto trimestre do ano passado foi revisada para 5,7%, do cálculo de -6,0% anunciado anteriormente. No entanto, o déficit comercial grego recuou 17,5%, contribuindo positivamente para a revisão no PIB do país. Em todo o ano de 2012, o PIB de Portugal perdeu 3,2% em volume, após a redução de 1,6% observada no ano anterior.

Então, fica provado, mais uma vez, que custa bem menos enganar do que dizer a verdade ao povo. É que a ignorância ou o desinteresse de muitos facilita o engano, enquanto a credulidade da população dificulta o desengano. Que esta nuvem escura sobre a economia da União Europeia sirva de alerta ao Brasil. Por aqui também está se esgotando o crescimento baseado no consumo com empréstimos consignados e que ultrapassam a capacidade, logo adiante, de pagamento. O pleno emprego, a qualificação e a agregação de valor ao que exportamos é o que interessa. Só assim, crescendo em bases sólidas de produção e exportação de manufaturas, o Brasil verá a fumaça branca anunciar o alvorecer econômico do País.

FONTE: Jornal do Comércio – RS

Camex reduz imposto de importação para 219 produtos

Agência Brasil

Brasília – A Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) aprovou resoluções reduzindo temporariamente  o imposto de importação para 219 produtos e renovando o benefício para 71.

As desonerações abrangem bens de capital e produtos de informática e telecomunicações, sendo que para os primeiros, a medida vale até 31 de dezembro deste ano e para os segundos até a mesma data de 2014. Os produtos foram contemplados pelo regime ex-tarifário, que prevê imposto menor em caráter temporário para bens que não são fabricados no Brasil nem nos países do Mercado Comum do Sul (Mercosul).

As decisões foram publicadas hoje (28) sob a forma de duas resoluções no Diário Oficial da União. Todas as alíquotas serão reduzidas a 2% no período de vigência das medidas. De acordo com comunicado do MDIC, os principais setores contemplados pelos ex-tarifários foram o naval, o de geração de energia, o siderúrgico e a agroindústria. Os bens adquiridos com desoneração serão utilizados em projetos que totalizam US$ 3,87 bilhões em investimentos.

Ainda segundo o MDIC, entre os projetos beneficiados estão a construção de um estaleiro no  Complexo do Porto de Açú, em São João da Barra (RJ); a construção de uma fábrica de moagem de milho em Castro (PR); a instalação de uma siderúrgica em Caucaia (CE); o aumento da fabricação de chapas de aço em Ipatinga (MG) e a instalação de uma fábrica de tubos soldados em Salto (SP).

Importadoras vão à Brasília negociar cotas com ministro

   Divulgação

Associação das importadoras (Abeiva) reúne mais de 25 montadoras e grupo tende a crescer em 2012
Editora Globo

Flavio Padovan, líder da Abeiva

Nesta sexta-feira (20), as importadoras de veículos darão um novo passo na negociação de um sistema de cotas para modelos produzidos fora do eixo Mercosul-México. Segundo o presidente da Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos), Flavio Padovan, a intenção é criar um regime semelhante ao acordo com México, para isentar parte dos carros forasteiros do gordo aumento de 30 ponto percentuais no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), vigente desde meados de dezembro – e recém-perpetuado pelo novo regime automotivo nacional.

Pelo decreto, todos os veículos (nacionais ou importados) terão de pagar a sobretaxa nos próximos cinco anos (até 2017). E as montadoras instaladas no país, incluindo as que já anunciaram planos de construção de fábrica, terão descontos nesse adicional da alíquota – os abatimentos vão variar de acordo com os investimentos locais. Mas e as importadoras? “É importante evitar a inviabilização dos negócios de algumas empresas no país. Tem casos em que não é economicamente viável erguer uma fábrica, e o aumento no IPI é forte, repercute muito nos preços”, defende Padovan.

“Se não tivermos um posicionamento do governo, ou as importadoras aumentarão os preços, ou reduzirão os volumes trazidos ao Brasil, o que pode enxugar a rede de concessionários, resultando em cortes de pessoal. É uma situação delicada, se as empresas não tomarem essas medidas, e reajustarem os preços ou reduzirem a quantidade de modelos, as matrizes certamente não vão gostar dos resultados”, aponta o executivo. Confira abaixo um bate-papo exclusivo com Flavio Padovan, que além de liderar a Abeiva, também preside a Jaguar Land Rover do Brasil.

Como a Abeiva recebeu o novo regime automotivo brasileiro?

Algumas importadoras começaram os estudos para construção de fábrica no Brasil muito antes do aumento do IPI. É o caso da Jaguar Land Rover – nosso planejamento teve início em fevereiro de 2011. Lembro-me que aJAC Motors e a Chery também se manifestaram nesse período. E o aumento do IPI realmente nos pegou de surpresa. Todos passaram a reavaliar os planos estratégicos. Os 30 pontos percentuais de aumento do IPI afetam muito o desempenho dos negócios. E as regras para que as empresas ergam fábricas locais ainda não estão muito claras. Além disso, nem todas estão prontas a entregar todas as exigências nesse primeiro momento.

Há um consenso entre as importadoras?

Nós estamos estudando essas medidas, e por isso pedimos uma reunião essa semana com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. Queremos entender como vai funcionar o regime, há muitas dúvidas nas empresas, faltam detalhes. O que sabemos até agora é que o governo quer que as montadoras de veículos tragam contribuições para o país, com investimentos em pesquisa, desenvolvimento e engenharia. Isso é positivo e se abriu uma porta para que as matrizes decidam isso. Mas as regras ainda não estão tão claras para nós. Não foi publicado nada sobre a questão de cotas para os importadores.

Que proposta a Abeiva levará à Brasília?

O sistema de cotas, com parte do volume de importação isento do aumento do IPI, é uma requisição nossa desde o ano passado. Isso foi feito recentemente com o México, e será importante para evitar a inviabilização dos negócios de algumas empresas que atuam no país. Tem casos em que não é economicamente viável erguer uma fábrica, e o aumento de 30 pontos percentuais é muito forte, repercute demais no preço e afeta fortemente os resultados. Parece-me que uma cota sem o aumento é a medida mais sensata. De qualquer forma, precisamos conhecer como isso vai funcionar.

O que pode acontecer se as negociações emperrarem?

O governo abriu uma possibilidade de as empresas se estabelecerem no país, e as que vão começar terão alguma vantagem. Mas é importante que se estabeleça uma cota para a importação. Essas empresas tem responsabilidades, compromissos que não podem ser quebrados, todas estão sacrificando os resultados. Nossa rede gera atualmente 35 mil empregos diretos, e – é importante ressaltar – a maioria das empresas não compete com os produtos nacionais. Ao contrário, nós agregamos valor com produtos sofisticados, e acredito que o governo já esteja olhando isso, creio no bom senso, sobretudo de que o governo não pode prejudicar o cliente brasileiro.

E caso sejam estabelecidas as cotas, podem surgir novos anúncios de fábrica? 

Ninguém começa um projeto sem passar por um período de adaptação. Precisamos ter tempo sem matar o negócio, as importadoras pagam salários, impostos. São 850 concessionários no país e R$ 6 bilhões em impostos recolhidos todos os anos. Esse mercado não pode ser interrompido por um decreto. Então, tem de haver um tempo de maturação, para que as empresas se planejem. E tem empresas que mesmo querendo investir, não conseguirão, porque as regras são complicadas para montadoras de baixo volume. A Land Rover terminou 2011 com cerca de nove mil carros, para investir em uma fábrica local teria de ter a confiança no retorno. Ainda estamos avaliando essa possibilidade sobre a ótica do novo regime.

fonte:  Autoesporte 

Transporte marítimo de cargas cresce com o compartilhamento

A operadora logística Panalpina lançará neste ano dez novos serviços próprios de agenciamento de cargas nos tráfegos marítimos com a América Latina. As rotas darão sequência a um pacote de quatro serviços recém-anunciados com frequência semanal no Mercosul pela companhia, com sede na Suíça.

Uma das maiores no mundo no agenciamento de cargas “porta a porta”, a Panalpina vem ampliando a oferta no nicho chamado LCL (sigla em inglês para “menos de um contêiner cheio”). Nessa modalidade, exportadores e importadores compartilham o mesmo contêiner para embarcar a mercadoria, pulverizando o custo do frete em tempos de baixa demanda mundial.

Segundo o gerente de LCL da companhia para o Mercosul, Cleber Oliveira, os novos serviços para a América Latina integram o plano mundial da Panalpina de liderar o mercado de cargas fracionadas entre as operadores logísticas até o ano de 2014.

A intenção da empresa é alcançar um volume de transporte estimado em 2,5 milhões de metros cúbicos. Hoje, a multinacional é a terceira no ranking de empresas que alugam espaço nos navios para transporte da carga.

O mercado do Mercosul representa cerca 5% do volume da companhia. A projeção é crescer 26% ao ano até 2015, afirma Oliveira. “Queremos nos antecipar e ser o número um na abertura de novos serviços”, diz.

A ideia é ter oferta de sobra para aproveitar a recuperação econômica, especialmente nas trocas com os Estados Unidos. Uma das novidades que devem ser lançadas neste ano pela empresa é uma ligação direta na importação de Chicago para Santos (SP), inédita no mercado.

Entre as novidades dos quatro serviços recém-anunciados, estão a conexão de Buenaventura (Colômbia) com Guayaquil (Equador) e Colón (Panamá). Vera Cruz (México) com La Guaira (Venezuela). E o porto de Santos com Colón, linha que atende toda a América Central e o Caribe.

O transporte marítimo de LCL vem ganhando espaço, sobretudo, em relação ao aéreo. Migrar para o navio tem sido uma das melhores estratégias de empresas que buscam redução de custos e racionalização logística.

“O custo do frete marítimo é muito mais baixo que o do aéreo. Em rotas entre a Europa e o Brasil, a redução pode chegar a 10 vezes, dependendo do volume”, afirma Oliveira, que vê o movimento de transferência mais acentuado nos últimos três anos. A empresa também realiza agenciamento aéreo.

Um caso é o da Delphi, uma das maiores fabricantes de autopeças do mundo, que vem aumentando o LCL marítimo como política de redução de custos. “A gente analisa bem antes de fazer o aéreo, que consideramos ‘premium’. Ele é bom para alguns fluxos, como os de alto valor agregado e baixo peso. Mas para uma carga muito volumosa compensa muito mais o marítimo”, afirma a supervisora geral de comércio exterior, Eliane Rodrigues de Carvalho.

Como o avião leva muito menos tempo para entregar a carga, o navio tornou-se uma espécie de armazém regulador do estoque das indústrias.

A diretora da trading Dahll, Rita Campagnoli, afirma que o LCL marítimo cresceu 20% nos últimos 18 meses nas trocas de sua empresa. Mas que a decisão de migrar é determinada pelo mercado, em função da necessidade de cada indústria.

O desaquecimento econômico mundial também estimula a opção pelo LCL. Exportadores que tradicionalmente ocupavam um ou mais de um contêiner embarcam menos volumes por conta da redução da demanda internacional e do câmbio.

Na importação, o crescimento ocorreu entre as empresas que importam via drawback, regime aduaneiro que suspende ou elimina tributos incidentes sobre insumos importados, para utilização em produtos exportados. “Se tenho queda de demanda, fatalmente vou importar menos, transformar menos e exportar menos”, afirma Rita.

Fonte: Valor Econômico/Por Fernanda Pires | Para o Valor, de Santos

Europeus prometem reagir a barreiras ao vinho estrangeiro no Brasil

Os produtores de vinhos europeus consideram que a eventual adoção, pelo governo brasileiro, de medidas de salvaguarda ao produto nacional seria “inaceitável” e afirmam que farão “tudo” para proteger os interesses comerciais das vinícolas do continente.

O governo brasileiro estuda a possibilidade de aumentar os impostos de importação de vinhos (que têm atualmente alíquota de 27%) ou limitar sua entrada no país por meio de cotas.

A possível adoção da medida “é totalmente injustificável”, disse à BBC Brasil José Ramón Fernandez, secretário-geral do Comitê Europeu das Empresas de Vinho (CEEV), que diz representar 90% das exportações europeias da bebida.

“Estamos em contato com as autoridades europeias e faremos todo o necessário para impedir que o Brasil adote ações protecionistas”, completa.

A Secretaria de Comércio Exterior abriu, em 15 de março, uma investigação para avaliar se o vinho brasileiro estaria ameaçado pela concorrência dos importados, que se tornaram mais competitivos com a valorização do real.

“O Brasil precisa ser sério e pensar duas vezes se deseja construir relações sérias com seus parceiros comerciais”, diz o representante do CEEV, se referindo às negociações – que existem há anos – para a criação de uma área de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Mercosul

Caso aplicadas, as medidas de salvaguarda do setor não afetariam os países do Mercosul por conta de acordos firmados, afirma o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Segundo dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), o Chile continua na liderança no ranking dos maiores exportadores da bebida ao Brasil, com 26,7 milhões de litros vendidos em 2011.

O Chile e a Argentina (com 17,7 milhões de litros) representam sozinhos mais da metade do mercado de vinhos importados vendidos no Brasil em 2011, que foi de 77,6 milhões de litros.

Europa

Os produtores europeus, que também têm uma participação expressiva nas vendas de vinhos no Brasil, seriam os principais penalizados pela eventual medida.

Itália, Portugal, França e Espanha estão, respectivamente, no terceiro ao sexto lugar no ranking dos principais países exportadores de vinhos estrangeiros para o Brasil, segundo a Ibravin.

A Itália exportou 13,1 milhões de litros de vinho ao Brasil em 2011. Portugal totalizou 8,6 milhões de litros, com aumento de 6,2% no volume no ano passado.

Já a França e a Espanha tiveram um crescimento significativo em termos de volume em 2011: as vendas de vinhos franceses, que totalizaram 5,1 milhões de litros, aumentaram 20,4% e, a dos espanhóis (2,8 milhões de litros), subiram 31,7%, diz a Ibravin.

França

Os vinhos franceses, considerados mais prestigiosos, são os mais caros do mercado brasileiro, diz um estudo do Comitê Europeu do Vinho.

Em termos de faturamento, as vendas de vinhos franceses no Brasil, incluindo champanhes e outros espumantes, cresceram 161% entre 2002 e 2011, afirma Benoît Stenne, diretor-adjunto da Federação de Exportadores de Vinhos e Destilados (FEVS, na sigla em francês).

As vendas de vinhos franceses (incluindo champanhes) passaram de 14,2 milhões de euros em 2002 para 37,2 milhões de euros no ano passado, segundo a federação.

O mercado brasileiro ainda é minúsculo na comparação com as vendas globais de vinhos franceses (é apenas o 29° mercado do produto) mas “há um grande interesse das vinícolas da França em relação ao Brasil”, afirma Stenne.

O porta-voz da entidade ressalta que o Brasil “é um dos países que registram maior crescimento nas vendas nos últimos anos”.

As medidas em estudo pelo governo provocaram reações também no Brasil, com propostas de boicote ao vinho nacional para protestar contra as eventuais salvaguardas aos importados.

 

BBC Brasil