Setor do plástico amplia vendas, mas margem de lucro é reduzida

Diário do Grande ABC

As vendas vão crescer, em média, 8% em 2013, mas as margens de lucro seguem apertadas, o que dificulta investimentos nas fábricas. Esse, de forma geral, é o panorama de pequenas indústrias de peças plásticas e embalagens feitas com esse material no Grande ABC neste ano.

Isso ocorre, de acordo com empresários do ramo, porque, apesar de diversos segmentos atendidos terem ampliado as encomendas – como a indústria automotiva, que no ano até novembro registrava incremento de 12% na fabricação de veículos em relação ao mesmo período de 2012 –, a concorrência dos produtos importados e os custos elevados no País têm dificultado os negócios na área.

Estudo da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) mostra que o setor, em média, ampliou em 8% tanto a produção quanto o faturamento em 2013. Porém, ao mesmo tempo, a importação segue com volume expressivo, US$ 3,8 bilhões, em compras de itens do Exterior. A balança comercial do segmento deverá fechar 2013 com deficit de US$ 2,36 bilhões.

Klaus Dieter Schnur, diretor comercial da Blitz, fabricante de autopeças em plástico instalada em Ribeirão Pires, cita que a valorização do dólar, neste ano, ajudou a inibir, em parte, a entrada de produtos de outros países. “Mas a matéria-prima (<CF51>que é cotada em dólar, mesmo a fabricada no Brasil</CF>) também aumenta”, ressalta.

“Em termos de compras de insumos, foi um dos piores anos, com sucessivas altas da matéria-prima”, assinala o diretor da Poliembalagens, Alessandro Guardalben. Ainda segundo dados da Abiplast, a resina termoplástica (principal insumo do setor) teve reajuste médio de 18% ao longo de 2013. E, para piorar, no fim de 2012, o governo elevou o Imposto de Importação da resina, de 14% para 20% – medida que no segundo semestre deste ano foi retirada – , o que atrapalhou a busca de alternativa de compras de insumos para os fabricantes não dependerem apenas da Braskem, que detém quase toda a produção nacional de resinas como o polietieno (usado para a fabricação de sacos plásticos) no País.

Guardalben cita ainda que sua empresa contratou uma consultoria que orientou a fixar metas de redução de custos e de aumento de produtividade, que ajudou a equilibrar os resultados. Essa fabricante, que tem quadro de 78 funcionários, produz embalagens para os mercados da construção civil, autopeças, aeronáutica, química e outras.

PERSPECTIVA – Para Schnur, 2014 traz perspectivas de melhora nos resultados, por causa, entre outros fatores, do Inovar-Auto, programa do governo federal que deu incentivo tributário às montadoras que utilizarem peças nacionais (e do Mercosul) na fabricação dos veículos. “Estamos fabricando ferramentais (moldes) para novos projetos de peças. Demora de 90 a 120 dias para ficar prontos e depois, há a fase de homologação”, afirma. A Blitz faz itens de acabamento interno de automóveis e externos de veículos pesados.

O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan, assinala que o período de adequação dos pequenos fabricantes, que passam a fazer no País peças que antes eram importadas, leva até oito meses, e com isso, é natural que os reflexos sejam mais sentidos no ano que vem.

Moan destaca ainda que outro programa do governo, o Inovar-Peças, que deve ser lançado em janeiro, trará estímulos para os fornecedores investirem em seus processos fabris.

Ramo químico também tem desafios

Assim como o setor do plastico, a indústria química brasileira vai fechar o ano com crescimento no faturamento, neste caso da ordem de 10,7% em relação a 2012, e também enfrenta deficit comercial crescente. As importações devem superar as exportações em US$ 32 bilhões em 2013, pior marca de sua história, estima a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química).

O segmento nacional, que é o sexto maior do mundo e que corresponde a 10% do PIB industrial brasileira, tem perdido competitividade, assinala o vice-presidente do conselho de administração da associação, Carlos Fadigas, que é presidente da Braskem. Segundo ele, encontrar soluções para concorrer com a matéria-prima petroquímica dos Estados Unidos é um dos desafios que o Brasil precisa enfrentar para se tornar competitivo nessa área. Esse país optou por produzir resina termoplástica (matéria-prima para a fabricação de peças e embalagens plásticas) a partir da extração de gás de xisto (o insumo resultante é cerca de 70% mais barato do que a nafta, derivada de petróleo). Só em novembro, o governo brasileiro iniciou licitação para a exploração de reservas desse tipo de gás.

Outro obstáculo a ser superado é o descompasso entre a inflação e valorização cambial. Fadigas cita que entre 2003 e 2012, a taxa inflacionária acumulada no período foi de 73%. No início de 2003, o dólar estava a R$ 3,50 e agora está cotado a R$ 2,35, ou seja, recuou no período.

ELOS DA CADEIA – Estudo que é realizado pela consultoria Maxiquim, com o apoio da Braskem e da Frente Parlamentar em Defesa da Competitividade da Cadeia Produtiva do Setor Químico, Petroquímico e Plástico do Brasil, identifica as relações entre as empresas ligadas à área química com outras atividades (como a indústria automotiva) da região e também os deficits de mão de obra qualificada nessa área. Segundo o presidente <CW-9> da frente, o deputado federal Vanderlei Siraque (PT-Santo André), o estudo deve ficar pronto até março.

ABIMEI oferece consultoria para Ex-tarifário

Novo serviço visa a tornar mais ágil o processo de obtenção e renovação do benefício fiscal para máquinas e equipamentos importados sem similar nacional

A ABIMEI (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais) acaba de criar um novo serviço para atender o mercado importador de bens de capital: a consultoria em Ex-Tarifário. O engenheiro industrial e de produção Eduardo F. Martins, especializado nos processos de obtenção e renovação de Ex-Tarifários, é o responsável pela consultoria. “Vamos atender as empresas associadas com preços diferenciados, mas o serviço é aberto para todo o mercado”, diz Ennio Crispino, presidente da ABIMEI.
A consultoria irá atuar em todas as fases do processo, desde a elaboração de vistorias e laudos técnicos de máquinas e equipamentos, até o planejamento e aprovação de importação de equipamentos novos e usados, visando à obtenção de licenças e desembaraços aduaneiros com redução de impostos e taxas. “Este tema é recorrente na atividade importadora de máquinas e bens de produção, o que não significa que seja simples. É um regime com especificidades e sujeito a mudanças de normas legais e fiscais, de compreensão nem sempre fáceis. Daí a importância de termos criado este serviço, para orientar e facilitar a rotina do importador”, afirma Crispino.
O engenheiro Eduardo Martins atuou como líder das operações de execução e controle de projetos de financiamentos dos investimentos, programas BEFIEX e Ex- Tarifários do Grupo Klabin e foi responsável pela criação do Sistema de Orçamento/Gerencial dos Projetos de Investimentos (SPI). Esta larga experiência permite que ele conduza os processos com eficiência, garantindo agilidade e alto índice de sucesso aos pleitos de todos os segmentos industriais.
Mais informações sobre a consultoria podem ser obtidas na ABIMEI ou pelo e-mail edua@abimei.org.br

Cade remete petição da indústria de PET para MDIC

Estadão Conteúdo

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) concluiu que a petição da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) sobre os impactos concorrenciais do regime de drawback no Mercosul deve ser analisada não pelo órgão de defesa da concorrência, mas sim pelas autoridades responsáveis pelo comércio exterior. Por isso, o conselho decidiu remeter os dados da consulta da Abipet ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

 

A Abipet alega que o regime diferenciado de tarifação entre os países membros do Mercosul acaba distorcendo o comércio do produto na região, beneficiando a resina PET da Ásia. A associação reclama que no Uruguai, Paraguai e Argentina a resina importada de países asiáticos é apenas convertida em pré-forma PET, por meio de um processo industrial simplificado que não implicaria agregação de valor significativa – cerca de 14% apenas.

 

“Se há uma distorção, essa distorção tem que ser tratada pelo Ministério do Desenvolvimento”, afirmou o presidente do Cade, Vinícius Carvalho. Além disso, o conselheiro relator do caso, Alessandro Octaviani, também considerou que outros fatores podem estar entre as causas das distorções alegadas pela associação no mercado brasileiro de PET, como, por exemplo, a taxa de câmbio brasileira.

Setor de máquinas e equipamentos reagiu em agosto

O crescimento de quase 7% de receita em um único mês para um setor é um dado economicamente importante. Ainda mais em se tratando da indústria de máquinas e equipamentos. O segmento fornece aos demais setores industriais, agropecuário e de serviços. A alta foi de 6,8% em agosto, sobre julho. O faturamento bruto foi de R$ 7,27 bilhões. Na comparação com agosto do ano passado, houve queda de 2,1%. Exportações de US$ 1,25 bilhão e importações de US$ 2,72 bilhões. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos – Abimaq.

Empresas brasileiras apostam no Iraque

A Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), vai levar empresas brasileiras para participar da 9ª Feira Internacional de Erbil, no Iraque, que ocorre de 23 a 26 de setembro, na região do Curdistão. As inscrições estão abertas e esta é a terceira participação da entidade na mostra.
Entre outros, já está confirmada a participação da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e de gigantes brasileiros do setor, como Marfrig e JBS, bem como a Cibal, certificadora de produtos halal. A importação de carne brasileira pelos países da Liga Árabe foi recorde no primeiro semestre de 2013, aumentando mais de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior e atingindo um total de mais de US$ 2 bilhões.
O evento é multissetorial e oferece oportunidades para empresas nas áreas de alimentos, construção civil, moda (vestuário e calçado), equipamentos médicos e hospitalares, móveis, energia e eletroeletrônicos, entre outras. O pavilhão brasileiro terá 100 metros quadrados e as empresas participantes terão apoio das equipes da Câmara Árabe e da Apex.
– Hoje o Iraque é um dos países mais atrativos e com grande potencial de importação de produtos de diversos setores. O objetivo é realizar uma ação em uma região ainda pouco explorada e muito receptiva em termos de penetração de produtos brasileiros. Notamos hoje que o Iraque é um país de oportunidades para as empresas exportadoras brasileiras – afirmou o diretor geral da Câmara Árabe, Michel Alaby.
Recentemente, o Iraque anunciou o investimento de US$ 120 milhões em infra-estrutura até 2020, abrindo oportunidade para empresas brasileiras. O anúncio do investimento foi um dos pontos de destaque da reunião da reunião da Comissão Mista Brasil, que ocorreu no início de 2013, na capital Bagdá.
Além das já citadas, participam, ainda, outras empresas como a Fanem, do setor de equipamentos hospitalares. Dona de um case de sucesso na exportação de incubadoras para bebês prematuros aos árabes, a companhia é uma das que já participou anteriormente da mostra.
– O Curdistão atrai um grande número de investidores internacionais devido a sua estabilidade política e social, apresentando um ambiente seguro para visitas e fomentação de investimentos pela Kurdistan Development Corporation. Além disso, tem um mercado consumidor de 5,2 milhões de habitantes – completou Alaby.
Além da exposição na feira, as companhias brasileiras terão uma agenda paralela que incluirá, entre outras atividades, encontros com representantes da Associação de Exportadores e Importadores do Iraque. Para participar da feira, o investimento é de R$ 4 mil e de R$ 2,8 mil para associadas da Câmara Árabe. Esse valor incluiu estande decorado de nove metros quadrados, recepcionista bilíngue e todo suporte das entidades organizadoras.
Também em setembro, de acordo com Alaby, uma delegação do Ministério da Agricultura do Iraque virá ao Brasil para discutir a questão das importações de carne bovina. Em 2012, as exportações do produto ao Iraque renderam US$ 24,7 milhões, um aumento de 18% em relação a 2011. No total, as vendas ao Iraque somaram US$ 288 milhões no ano passado, sendo que a carne de frango foi o principal item da pauta.
No ano passado, a mostra teve 850 expositores de 22 países e 75 mil visitantes de todo o Iraque, segundo a organização. Estavam representados setores como os de engenharia, eletrônicos, construção, energia, móveis, decoração, informática, telecomunicações, educação, moda, bancos, jóias e artesanato, entre outros.
O comércio do Brasil com o Iraque foi forte durante os anos 1980. O fluxo de mercadorias voltou a crescer com força no final da década passada e chegou a US$ 1,3 bilhão em 2011, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). No ano passado, as transações bilaterais somaram US$ 1,25 bilhão.

Mercado volátil traz insegurança às importadoras

Fonte: CIMM

A instabilidade no câmbio, na economia global e, principalmente, as barrareis fiscais de importação no Brasil criam um clima de insegurança para os importadores de máquinas e equipamentos.  Durante a 14ª Feimafe, a maior feira do setor, realizada na última semana em São Paulo, era comum ouvir dos empresários queixas sobre o protecionismo do governo atual.

Um exemplo disso foi o discurso realizado pelo presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei), Ennio Crispino, durante a celebração de 10 anos da Associação, ocorrida na última quarta-feira (6) paralelamente à Feimafe.

Crispino criticou as medidas adotadas pelo Governo a partir de outubro, quando houve o aumento do imposto de importação para 100 produtos, entre eles 35 bens de capital e insumos usados na indústria. Desde então, o imposto para a importação subiu de 14% para 25%.

Em entrevista ao CIMM durante 14ª Feimafe, o presidente da importadora Mitsui Motion, Marcos Bastos, também ressaltou a situação. “O mercado sentiu o alto custo do imposto de importação de alguns bens”, disse. Para ele, em função do Custo Brasil, as empresas buscam automatizar suas indústrias para aumentar a produção doméstica com maior eficiência possível.  Entretanto, as ações pontuais do Governo acabam desequilibrando o mercado e dificultam a entrada de máquinas com alta tecnologia no País.

O diretor comercial do Grupo Bener, Wilson Borgneth, compartilha da mesma opinião. “Hoje o que se vende é reposição, pois as empresas não investem mais para expandir, mas para aumentar a produção”, explica. A multinacional alemãHeller, que encerrou 2012 no vermelho no Brasil – ao contrário das outras unidades no mundo –, previu a crise e mudou a estratégia aumentando até 40% sua capacidade produtiva.

Diante da conjuntura econômica, as empresas buscam trazer novidades em tecnologias para se destacar no mercado. Equipamentos mais eficientes e oferta de serviços também são algumas das saídas encontradas para enfrentar a crise. O gerente de vendas da importadora CIMHSA, Vinícius Cordeiro, conta que a estratégia utilizada pela empresa é o pós-venda. Ainda que em tempos difíceis, a empresa espera fechar o faturamento deste ano 20% acima do ano anterior.

Competitividade e tecnologia

O discurso de Crispino, durante a solenidade de aniversário da Abimei, também ressaltou a necessidade do País investir em inovação tecnológica para atender as necessidades do mercado interno.

“É impossível aumentar a competitividade, sem investir em inovação tecnológica. Todos os outros entraves ao crescimento econômico do país, e que compõem o chamado Custo Brasil, não irão adiantar se não houver estímulo ao aumento da competitividade”, declarou.

Operadores de terminais pedem mudanças na MP dos Portos

Operadores de portos públicos reivindicaram, nesta terça-feira (12), mudanças na Medida Provisória 595/12 para permitir a prorrogação dos contratos anteriores a 1993. Os empresários também cobram a adaptação de todos os contratos vigentes às novas regras previstas na MP. Em 1993 foi editada a Lei dos Portos (8.630), revogada pela MP, que previa a adaptação dos contratos em vigor às novas regras.

O diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, afirma, no entanto, que esse ajuste nunca ocorreu. E agora, com a MP, o governo prevê licitar todos os portos operados com base nesses contratos antigos. “Não é prerrogativa do governo prorrogar ou não, é uma exigência legal”, sustentou o presidente da ABTP.

Investimentos

O conselheiro da Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso Público Richard Klein também defendeu que a prorrogação dos contratos antigos é indispensável para garantir investimentos na infraestrutura portuária. De acordo com ele, um terminal novo leva entre oito e dez anos para entrar em operação. “Nesse período serão os terminais públicos que vão ter de dar conta do comércio exterior crescente”, argumentou.

De acordo com Klein, os operadores têm investimentos previstos de R$ 11 bilhões nos três próximos anos. Já em um horizonte de 10 anos, a previsão é aplicar R$ 44 bilhões nos portos públicos.

O presidente de comissão mista que analisa a MP, deputado José Guimarães (PT-CE), diz que a alteração do texto para permitir a adaptação dos contratos antigos é possível. “Podemos chegar a um acordo para um prazo de três a cinco anos e garantir os investimentos”, disse.
Críticas à centralização

Os operadores também foram unânimes em criticar a centralização da administração portuária em Brasília. Pela MP, a Secretaria de Portos da Presidência da República passa a ser responsável pelo planejamento do setor e também pela organização dos processos licitatórios e seletivos. Hoje, essas tarefas competem aos Conselhos da Autoridade Portuária (CAPs), ligados aos governos estaduais.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, sustentou que, no modelo atual, os CAPs ajudam a garantir a competência do setor. “Por que ser contra [os CAPs], se todo mundo é a favor?”, questionou. O relator da medida, senador Eduardo Braga (PMDB-AM) disse que tanto ele quanto o presidente da comissão se fazem a mesma pregunta.

Regionalização

Já o ex-presidente do Conselho de Autoridade Portuária do Porto de Santos Sérgio Aquino considerou a centralização insensata porque, segundo ele, vai na contramão de todas as experiência de bem-sucedidas no mundo, que regionalizaram a administração. “Estou defendendo a regionalização, que é o modelo de sucesso mundial”, sustentou.

O deputado Roberto Santigo (PSD-SP) é outro defensor da administração regional. “Esses burocratas devem achar que podem comandar porto daqui de Brasília, do ar condicionado”, disparou.

Única voz dissonante, o deputado Milton Monti (PR-SP) defendeu a centralização. “As decisões têm de ser trazidas para Brasília, porque devem ser equalizadas com os interesses do País”, rebateu.

José Augusto de Castro explicou então que os conselhos são constituídos por quatro blocos de representantes do poder público, dos trabalhadores, dos operadores e dos usuários. Ao todo, são 16 conselheiros, e nenhum deles recebe remuneração pelo trabalho.

Ineficiência

Ainda conforme os participantes da audiência, a acusação de que os terminais brasileiros são ineficientes decorre de fatores externos às instalações portuárias, que não serão corrigidos pela MP.

Roberto Santiago, por exemplo, argumentou que todos os órgão públicos envolvidos na operação portuária, como Docas, Anvisa e Receita Federal, trabalham de 9 às 17 horas, de segunda a sexta. “Isso significa 112 dias de porto fechado por ano, pode construir quantos portos quiser, que não vai ser eficiente, se não tirar esse gargalo” assegura.

O parlamentar garantiu ainda que não adianta aumentar a quantidade de terminais, se o País não contar com a infraestrutura necessária para que as mercadorias cheguem aos portos. “É uma falácia, se não tiver rodovia, ferrovia para o produto chegar, é brincadeira o que se está sendo discutido”.

 

fonte: Pernambuco.com

Importadores devem negociar mais de US$ 8 mi na Movelpar

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa

Vinte e um importadores de 10 países participam da Movelpar 2013, na Expoara em Arapongas, e devem realizar 800 rodadas de negociações com a expectativa de superar US$ 8 milhões no volume de negócios até sexta-feira (15), quando termina a feira de móveis.

Os importadores participam do evento a convite do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima) da Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário (Abimóvel) para negociarem produtos variados com indústrias expositoras da feira. Entre os importadores, estão representantes de empresas da Colômbia, México, Chile, Peru, Panamá, Equador, Angola, Tanzânia, Emirados Árabes e Reino Unido.

Além dos importadores convidados, a Movelpar recebe compradores de 23 países – Angola, Argentina, Colômbia, Honduras, Guine Equatorial, Equador, Bolívia, Namíbia, Paraguai, Itália, Estados Unidos, Peru, Portugal, Chile, Guatemala, China, França, Turquia, Moçambique, Burkina Faso, Irlanda do Norte e Uruguai – interessados em conhecerem os lançamentos e novidades da indústria brasileira.

Até o final da semana, mais de 40 mil visitantes do Brasil e do exterior devem passar pelo Centro de Eventos Expoara.

Na Bahia, novo porto deverá baratear exportação em 80%

A expectativa do mercado é de que o valor das exportações terá redução de até 80% em 10 anos. Na Bahia, por exemplo, com a construção do Porto Sul, o preço da exportação por tonelada deverá cair de US$ 50 para US$ 9, com a criação de 20 mil empregos. Além disso, ao fim desta década, a previsão é de que sejam exportadas 50 mil toneladas por ano, segundo o sócio da ZPE Bahia-Ilhéus, Isaías Mascarenhas. “Hoje nós temos em Ilhéus o Porto Malhado, que não permite a chegada de navios de grande porte por ter profundidade de apenas 9,5 metros. Com a abertura do Porto Sul, teremos condições de receber embarcações maiores, com profundidade que será de 19 metros”, explica Mascarenhas.
A ZPE Bahia-Ilhéus está instalada a apenas 20 quilômetros de onde será implantado o Porto Sul, que está incluído no Programa de Investimentos em Logística na área de portos. Ao todo, o investimento na Bahia será de R$ 4 bilhões, para portos de todo o Estado. Somente em Ilhéus, além de financiar o Porto Sul, a aplicação deverá viabilizar a ampliação do porto Malhado, inclusive para solucionar o problema apontado por exportadores, aprofundando o porto e dando condições para que navios maiores também possam ser carregados lá.
Desenvolvimento

Para o presidente da Associação Brasileira das Zonas de Processamento de Exportação (Abrazpe), Helson Braga, a instalação do Porto Sul é a certeza do desenvolvimento para a região. “A ZPE de Ilhéus já tem condições de operar com as condições logísticas existentes, a partir do porto do Malhado (que será ampliado) e, eventualmente, os portos de Aratu e Salvador. Nada, porém, que se compare com o potencial de desenvolvimento que virá associado à construção do Porto Sul, e que terá na ZPE de Ilhéus um poderoso fator de alavancagem. Importante ter presente que a concretização desse potencial não está condicionada à previa conclusão do porto. Basta a sinalização do início irreversível desse projeto para que as empresas interessadas também iniciem os procedimentos para a instalação de suas unidades”, diz. Além disso, a associação também comemora a aprovação no Senado de um projeto de lei que aumenta o limite da venda da produção das ZPEs no mercado interno. Hoje, o limite para a comercialização no Brasil é de 20% da produção. Caso o projeto, que agora, segue para a Câmara Federal, seja aprovado, esse teto passará a ser 40%. “A mudança da legislação, flexibilizando esse limite, estimulará, e com certeza permitirá, a atração de indústrias que buscarão as ZPEs como alternativa viável e competitiva para implantação de seus empreendimentos”, opina o sócio da ZPE Bahia-Ilhéus.
Empresas

Com a melhora das condições de exportação, a ZPE Bahia-Ilhéus negocia agora com empresários que pretendem se instalar na região. Nenhum nome foi divulgado, devido a um pedido de sigilo dos próprios empresários, mas Isaías Mascarenhas já adianta que serão empreendimentos voltados à siderurgia e à produção de minério de ferro, soja, biodiesel e algodão. “A vantagem é que, instalando aqui uma produtora de algodão, por exemplo, é possível transformá-lo em um produto com valor agregado, deixando de exportá-lo como commodity”, explica Mascarenhas. “Essa nova formação da ZPE fará com que aumentemos o valor agregado do minério também, transformando-o em placas, em vez de exportá-lo bruto. Isso também aumentará os lucros”, complementa Helson Braga.

Fiol

Um dos fatores determinantes para a exportação de produtos com valor agregado é a existência da Ferrovia de integração Leste -Oeste (Fiol), que liga Ilhéus a Figueirópolis (TO).

“O papel da Fiol pode ser melhor avaliado dentro da perspectiva de uma estratégia de desenvolvimento centrada na industrialização voltada para o exterior. Em princípio, nada contra a exportação de commodities. Países altamente industrializados, tais como os Estados Unidos, também exportam commodities. Mas essa orientação não pode preponderar numa estratégia de desenvolvimento. É na agregação de valor à produção primária que aumenta a densidade tecnológica, as receitas em divisas estrangeiras e a criação de empregos de uma economia exportadora. As ZPEs são o instrumento concebido exatamente para operar como pontos de transformação industrial e de agregação de valor à produção exportável”, argumenta Braga, que explica ainda que o que vai viabilizar a industrialização de produtos como algodão, soja e até minério de ferro é exatamente o transporte dessas mercadorias para o oeste baiano.

 

Autora: Luiza Silvestrini. Fonte: DCI

Exportação de calçados brasileiros tem queda de mais de 15%

Da Redação

Novo Hamburgo  – As exportações de calçados voltaram a cair no mês de novembro. Depois da recuperação de outubro, quando os embarques cresceram 24,7% com relação a setembro e 9% no comparativo com o mesmo mês do ano passado, as vendas brasileiras no exterior caíram novamente.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), os embarques de mais de 9,7 milhões de pares geraram US$ 82,9 milhões em novembro, valor 15,8% inferior ao registrado no mesmo mês de 2011. Com relação ao mês de outubro (US$ 110 milhões) a queda foi ainda maior, de 24,8%. No acumulado dos 11 meses do ano foram exportados o equivalente a US$ 994,7 milhões, 15,4% menos do que registrado em 2011 (US$ 1,17 bilhão).

Por outro lado, as importações seguem em alta. No mês de novembro foi importado o equivalente a US$ 30,4 milhões. No acumulado do ano as importações já aumentaram 15,6% (US$ 409,9 milhões para US$ 473,7 milhões). As origens dos produtos seguem sendo Vietnã (US$ 274,5 milhões no acumulado), Indonésia (US$ 102,5 milhões) e China (US$ 101,2 milhões). Esses países aumentaram duas compras em 47,4%; 10,8%; e 4,6%; respectivamente.

Estados

Apesar da queda de mais de 33,7% no faturamento com exportações no período de janeiro a novembro deste ano, o Rio Grande do Sul segue como o maior exportador brasileiro. No acumulado deste ano os gaúchos embarcaram o equivalente a US$ 346,1 milhões ante os mais de US$ 522,1 milhões registrados em 2011. O Ceará é o segundo estado do ranking, com US$ 288,5 milhões em exportações, 8,8% menos do que no ano passado. São Paulo, que acumula queda de 4,1% no ano, registrou US$ 111,9 milhões. O quarto colocado é a Paraíba, único estado com resultados positivos entre os principais exportadores brasileiros. Os paraibanos embarcaram o equivalente a US$ 100,3 milhões, 31,1% mais do que em 2011.

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