Calçadistas e confecções estão entre os setores com chance de entrar ou aprimorar-se no mercado exterior
Os mercados da Colômbia e do Peru deverão render bons negócios às micro, pequenas e médias empresas cearenses durante os Encontros de Comércio Exterior (Encomex), na avaliação do presidente da Agencia de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Roberto Smith. Os dois países, assim como os demais localizados na América do Sul e na África terão trades e compradores no evento idealizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) que se realizará no Centro de Eventos do Ceará (CEC), em setembro deste no.
Cândida Cervieri: “decidimos pela África e América do Sul em função de mercados promissores” FOTO: AG. BRASIL
“Acho que vamos nos beneficiar, pois há um esforço do Mdic justamente em termos de África e América do Sul – sobretudo, Peru e Colômbia. E os dois – e o Chile também – são países que estão atravessando as melhores condições econômicas de estabilidade institucional e o comércio exterior”, ressaltou Smith.
Para a coordenadora-geral de Desenvolvimento de Programas de Apoio às Exportações, Cândida Maria Cervieri, a meta é ter “cinco a oito agendas fechadas no evento” entre vendedores locais e compradores de fora.
A tarefa não deve ser tão difícil, segundo o presidente da Adece, pois estará presente ao Encomex “um público interessado, que não está caindo de paraquedas e que é direcionado”.
Afinidade comercial
Anunciado ontem por Cervieri aos demais membros da comissão organizadora dos encontros na manhã de ontem, os dois continentes foram visados por, segundo a representante do Mdic, terem afinidades com a sede do evento, o Ceará.
“Decidimos pela África e América do Sul em função de várias questões, como língua, mercados promissores, mercados compradores e também porque a gente alinhou os dois com a balança do Ceará e vimos onde teríamos mais prospecção para incluir essas empresas”, disse, informando que o convite aos africanos foi endossado pela presidente Dilma Rousseff.
Áreas promissoras do CE
Sobre os cearenses com chances de entrar ou aprimorar-se no mercado exterior, Smith ainda destacou o potencial “notadamente exportador” de micro, pequenos e médios empresários que atuam na área de confecções. “O setor calçadista já é exportador, mas temos conjunto de pequenas empresas calçadistas que podem aproveitar esse momento para receber esta orientação e valendo de informações do Mdic”, observou.
Já para Cervieri, o Ceará tem caráter promissor de exportar, além dos calçados, “nas áreas de agronegócio e minérios”, os quais “que podem melhorar ainda mais seu desempenho”.
Internet do CEC preocupa
Alertada por representantes da Caixa Econômica Federal e do Sebrae-CE, que compõem a comissão, a diretora do Mdic manifestou preocupação em relação ao sinal de telefonia móvel e o serviço de internet banda larga no Centro de Eventos do Ceará (CEC). “Nós teremos a TV Encomex, que é um item muito caro para o ministério e se correr algum risco nós vamos ter de tirar, mas eu não quero isso”, pontuou, ao saber que o Feirão da Caixa passou dois dias sem internet e a Feira do Empreendedor também teve problemas.
O evento
O Encomex conta também com a participação dos Correios, do Sebrae-CE, do BNDES, da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil, do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), além de técnicos do ministério para auxiliar e tirar dúvidas de pequenos empresários no dia 19 de setembro.
Estratégia da ZPE é atrair novas empresas
Os mercados visados pelo Encomex de Fortaleza também atraíram a mais nova empresa regida pelo governo do Estado. África e América do Sul chamaram a atenção da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, que resolveu solicitar ao Mdic e à Adece entrada no grupo de entidades palestrantes.
“Essa é realmente uma das estratégias que estamos considerando (na formulação do plano de marketing), que são empresas que tenham mercado na África, no Sul da Europa, na América ou que possuam rotas marítimas relacionadas ao Porto do Pecém”, revelou a diretora Comercial da ZPE, Candice Westgate.
Para ela, com o plano de marketing ainda em formatação pelo corpo técnico do equipamento, o contato com produtores destes dois continentes servirá para adiantar contatos e retornos. Westgate afirmou que, apesar de ter apenas um dia de evento, “esta ação seria parte da estratégia pra saber que tipo de empresa nos interessaria convidar para conhecer a ZPE”.
Termômetro e prática
Outra consideração dela sobre a experiência que visam ter no Encomex a ser realizado no Ceará classifica a participação como um termômetro e também parte da prática a ser exercida pela ZPE do Ceará. Por isso a solicitação de participação. “Está tudo muito na sua formação. A gente vai utilizar o encontro para sentir e também para colher informações do mercado”, afirmou.
Até o evento e enquanto o plano estratégico de marketing é elaborado, ela contou que o agendamento de visitas à ZPE, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), continuam frequentes “por conta das muitas empresas que buscam conhecer a estrutura”. (AOL)