Acordo entre Brasil e Peru facilitará exportação

A partir de 1º de janeiro de 2014 mais 5 mil produtos serão incluídos na lista de preferência tarifária para exportação para o Peru. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a lista atinge apenas 687 produtos. A CNI liderou a comitiva de 70 empresários brasileiros que acompanharam a visita da presidente Dilma Rousseff ao País.

A redução das tarifas é resultado do Acordo de Complementação Econômica 58 (ACE 58), que foi negociado pelos dois países em 2003 e passou a valer no início deste ano. O ACE 58, como todo acordo, segue um cronograma de desgravação, que reduz gradualmente os impostos de importação entre os países. Até 2014, o acordo estabelece que 85% dos produtos devem ter livre trânsito entre os dois países.

Entretanto, logo no primeiro ano de vigência do acordo, o Brasil zerou as tarifas de 98% dos 6.524 produtos negociados, enquanto que o Peru zerou as tarifas de apenas 10% dos produtos. Além do avanço previsto para o próximo ano, o Peru deve a zerar as tarifas de todos os produtos até 2019.

Os 5 mil produtos, cujos impostos serão cortados a partir de 2014 representam, em média, 56% do valor das exportações brasileiras para o Peru e são em sua maioria industrializados. Mesmo antes da redução das tarifas, os produtos brasileiros estão conquistando mercado no Peru. No ano passado, o Brasil exportou US$ 2,4 bilhões para aquele país. O valor é 9,1% superior ao de 2011. As vendas de automóveis, que somaram US$ 570 milhões no ano passado, ou 23,8% dos embarques, lideram a pauta de exportações para aquele país. Em segundo lugar vem o setor de máquinas e equipamentos, cujas vendas alcançaram US$ 452 milhões, e, em terceiro, estão os químicos, com vendas de US$ 288 milhões em 2012.

Pacote de investimentos no setor portuário inclui estradas e ferrovias

O pacote de investimentos no setor portuário, em elaboração pelo governo federal, vai abranger também a resolução de problemas de acesso aos terminais. Além de novas concessões e de uma atualização no marco regulatório, o pacote conterá um conjunto de novos investimentos em rodovias e ferrovias para facilitar a chegada dos produtos brasileiros aos portos, onde serão embarcados para a exportação.

A maior parte desses projetos já foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). É o caso, por exemplo, da avenida perimetral, na margem esquerda do Porto de Santos, uma obra de R$ 71 milhões, e outras obras de adequação de trevos na entrada da cidade no valor de R$ 376 milhões.

Por decorrência dessas obras, o pacote receberá recursos extras, além dos R$ 40 bilhões previstos. Dados preliminares apontam para algo na casa dos R$ 200 milhões. Eles beneficiarão portos como o de Santos, Rio de Janeiro e Pecém (CE), entre outros.
O acesso terrestre ao porto é apontado como um gargalo pelo presidente do Porto de São Francisco do Sul (SC), Paulo Corsi. Ele explicou que a capacidade operacional aumentou, por isso o volume de carga também cresceu e isso causou um estrangulamento na chegada ao porto. A intenção é duplicar a rodovia de acesso, mas a obra ainda não começou.

Investimentos
O foco do governo ao elaborar o pacote, segundo informou o ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos (SEP), Leônidas Cristino, é atrair mais investimentos privados. As estimativas indicam que em 2030 os portos brasileiros movimentarão 2,2 bilhões de toneladas de cargas, o que exigirá uma forte expansão da infraestrutura. Em 2011, foram movimentados 886 milhões de toneladas, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

“Vamos dar condição de investimento para a iniciativa privada”, prometeu o ministro. Ele disse estar seguro que as medidas darão um impulso a novos projetos.

Hoje, há basicamente dois tipos de porto em funcionamento no País: os chamados portos organizados, que somam 34 e pertencem à União, e os terminais de uso privativo, que são mais de 120 e movimentam carga de uma única empresa. Os números da Antaq mostram que por eles passaram 577 milhões de toneladas no ano passado, enquanto nos chamados portos organizados passaram 309 milhões de toneladas.

Há uma pressão para que, no pacote, os terminais de uso privativo sejam autorizados a movimentar cargas de terceiros. Quem defende a ideia acredita que eles estabelecerão concorrência com os portos e isso ajudará a baixar preços.

Fonte: Transporta Brasil

Pequenas empresas buscam apoio para exportar

Dezenas de pequenas e médias empresas querem vender seus produtos para o exterior. Europa, Estados Unidos, África são algumas das possibilidades de um mercado que é global e, mesmo com a crise econômica, não deixa de consumir. Ontem, 28 delas, de diversos setores, participaram da 3ª Rodada de Negócios Brasil Trade, que tem o objetivo de promover as exportações dos produtos brasileiros por meio do fomento às ações das trading companies (TC) – de importação e exportação – e das empresas comerciais exportadoras (ECE).

“É o primeiro passo de uma futura exportação, para a possibilidade de um negócio”, comenta a coordenadora do Centro Internacional da Negócios da Federação das Indústrias do Ceará (CIN-Fiec), Beatriz Bezerra.

O foco do encontro, no formato de reuniões pré-agendadas entre as tradings e as empresas potencialmente exportadoras, foram as que estão iniciando o processo de exportação.

Perfil exportador

O diretor da empresa de Consultoria e Negócios Atrios, Aderaldo Gentil da Silva, disse que o evento foi muito bom porque foram selecionadas empresas com o perfil exportador, prontas para trabalhar e capazes de se relacionar com o mercado internacional e que faz todo o trâmite. Destaca que também estão abertas à melhorias no processo produtivo para atender o mercado externo.

“Atendemos oito empresas dos ramos de tecnologia, alimentos e confecção que achamos que têm boas condições”, diz o consultor, que agora vai visitar todas as indústrias, para ver in loco a capacidade de produção, a possibilidade de adequação, além de fazer as indicações para as melhorias necessárias.

Acrescenta que, resolvida essa parte, a empresa leva os produtos até os compradores, traz alguns deles aqui ou participa de feiras e rodadas de negócios no exterior.

“A exportação é uma coisa trabalhosa”, diz, ressaltando que a conjuntura econômica hoje não é favorável ao comércio internacional para algumas empresas.

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BNDES pretende ampliar financiamento a importadores de produtos brasileiros

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende ampliar o número de países atendidos pelo Exim Automático, linha de crédito que permite ao importador financiar a compra de produtos brasileiros. O programa está disponível em nações latino-americanas, mas agora o banco negocia sua extensão para a África.

Segundo o chefe do Departamento de Comércio Exterior do BNDES, Leonardo Pereira, a linha pode ser acessada na Argentina, Paraguai, Chile, Uruguai, República Dominicana e Peru, e já ocorreram contatos para levá-la ao Panamá, Honduras e Colômbia.

“Há também negociações na África, esperamos fazer acordos lá”, disse Pereira. “Existe essa demanda”, acrescentou. Ele destacou que essas tratativas estão ocorrendo com instituições de Moçambique, Angola e África do Sul, sendo que a África do Sul pode ser utilizada como base para atender outros mercados do continente. Para ter acesso ao programa, um banco estrangeiro precisa firmar um acordo de cooperação com o BNDES.

 

Pereira não descarta outras negociações. “Estamos abertos para conversar”, afirmou. Ele explicou que, geralmente, as conversas começam a pedido de uma instituição estrangeira, ou por demanda apresentada por exportadores brasileiros.

A transação funciona da seguinte maneira: o importador pede financiamento ao banco local, que acessa a linha do BNDES, que, por sua vez, paga o exportador brasileiro após o embarque da mercadoria. Por isso a linha é chamada de “pós-embarque”.

Quem assume o risco do crédito junto à instituição brasileira, porém, não é o comprador, mas o banco que intermediou o negócio. O processo pode ocorrer também por meio de carta de crédito garantida pela instituição estrangeira.

De acordo com Pereira, a linha tem como foco a exportação de bens de capital e o prazo de pagamento vai até cinco anos. As condições, no entanto, variam de acordo com o risco do país e do banco parceiro. Ele garante, porém, que o custo dos empréstimos é competitivo nos diferentes países onde o programa está disponível.

A grande vantagem, de acordo com o executivo, é que o banco que atua em determinado país conhece a clientela local, sabe quais sãos as demandas e tem melhor condição de fazer uma análise de risco. Nessa seara, o BNDES trabalha com bancos brasileiros que têm filiais no exterior, instituições internacionais e locais.

Pereira acrescentou que o Exim Automático financiou mais de 50 operações desde que foi lançado, em 2010. A média é de US$ 1,5 milhão por negócio.

Fonte: http://www.anba.com.br

CNI: índices de importação crescerão mais que os de exportação em 2012

Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o coeficiente de importação da indústria nacional, que mede a participação de bens importados no consumo de produtos industriais no País, crescerá mais do que o indicador de exportação, que corresponde à participação dos embarques brasileiros na produção industrial. Para a CNI, o governo federal precisa atuar fortemente para aumentar a competitividade dos produtos brasileiros no cenário internacional.

A pesquisa, que analisou 27 setores, aponta que praticamente um em cada cinco produtos industriais consumidos no Brasil em 2011 foi importado – nível recorde. O coeficiente de penetração de importações, que considera tanto o consumo final das pessoas quanto o de insumos pela indústria, mostra que 19,8% dos bens industrializados no País vieram de fora, alta de 2 pontos percentuais frente o desempenho de 2010. Além disso, nada menos do que 21 dos 27 segmentos pesquisados apresentaram elevação no coeficiente de 2011 frente a 2010. No período, os maiores crescimentos foram das indústrias ópticos, informática e eletrônicos (sobretudo equipamentos de comunicação, como celulares), derivados de petróleo e biocombustíveis.

 

A participação de insumos importados na indústria brasileira – matérias primas, máquinas e equipamentos – também bateu recorde no ano passado, atingindo um percentual de 21,7%, crescimento de 2,6 pontos percentuais sobre 2010 e 0,4 ponto percentual acima do registrado em 2008, resultado mais alto até então da série histórica. Além disso, 24 dos 27 setores analisados registraram expansão no coeficiente. No período, os segmentos de informática, eletrônicos e ópticos alcançaram a maior alta de consumo de importados na produção.

Ao mesmo tempo, a participação das exportações no valor da produção industrial chegou a 19,8% em 2011, alta de dois 2 percentuais na comparação com 2010. Trata-se do segundo aumento anual consecutivo no coeficiente de exportação. Ainda assim, o índice está abaixo do valor recorde de 2004, quando a participação das vendas externas no valor da produção industrial atingiu 22,9%.

Na indústria de transformação, em especial, o coeficiente de exportação cresceu 1,1 ponto percentual em relação a 2010, atingindo 15% no ano passado. Os segmentos que tiveram melhor evolução foram o de metalurgia, de máquinas e equipamentos e têxteis. No entanto, a participação das vendas externas no valor da produção desse mercado está 6,6 pontos percentuais abaixo do valor do recorde da série, alcançado em 2004. Já o coeficiente do setor extrativo, que é altamente exportador, caiu 0,7 ponto percentual, fechando 2011 em 73,8% – o valor registrado em 2010 foi o recorde da série.

Em nota divulgada junto com a pesquisa, Flávio Castelo Branco, gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, atribuiu o recorde à valorização cambial, a alta no consumo interno e ao chamado Custo Brasil, que se somaram aos incentivos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) às importações a infraestrutura deficiente e os juros altos. Castelo Branco previu ainda que a tendência é aumento do coeficiente este ano.

Célio Hirakuta, professor de economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), compartilha da opinião da CNI. “Ao contrário dos países desenvolvidos, o mercado consumidor brasileiro continuará aquecido este ano, o que deverá impulsionar as compras de bens industrializados de outros países”, avalia. Segundo Hirakuta, é provável que o ritmo de importação acelere a partir do segundo semestre, quando os Estados Unidos e a Zona do Euro deverão apresentar sinais mais sólidos de recuperação da atividade econômica. “Com a atual instabilidade da economia mundial, o mundo inteiro busca proteger o mercado interno e estimular as exportações, o que aumenta a concorrência do mercado internacional e os preços dos produtos. Países como o Brasil, cuja demanda interna se encontra em alta, estão na mira dos exportadores”, avalia.

De certa forma, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgados na segunda-feira corroboram as projeções de Castelo Branco e Hirakuta. No acumulado do ano, enquanto as exportações cresceram 6,3% (para US$ 50,4 bilhões), as importações se expandiram 9% (para US$ 48,9 bilhões).

Fonte: www.revistacomexbb.com.br

Governo vai ampliar crédito a exportador

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O governo prepara uma reformulação das linhas de financiamento ao exportador, como forma de baratear e ampliar o acesso ao crédito e garantir mais capital de giro às empresas. O ‘Estado’ apurou que as linhas de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) devem ser usadas como instrumento para ampliar os recursos usados pelas companhias para tocar o dia a dia dos negócios.

Segundo fontes do governo, a proposta em estudo também amplia o escopo de empresas que podem receber dinheiro dessa modalidade de financiamento. Isso porque estão sendo criados mecanismos que permitirão que uma indústria, que venda seu produto no exterior por meio de outra empresa (como uma trading), passe a ter direito ao financiamento.

Além disso, conforme anunciou esta semana o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o custo do dinheiro ficará mais barato. Podem receber financiamento na modalidade de ACC, empresas exportadoras ou produtores rurais com negócios no exterior que necessitam de capital de giro ou recursos para financiar a fase de produção.

O adiantamento para capital de giro é pode chegar a 100% do valor a ser exportado e pode ocorrer até 360 dias antes do embarque das exportações.

As linhas de ACC e ACE (Adiantamento sobre Cambiais Entregues – que financia a comercialização das exportações) são ofertadas por bancos públicos e privados, mas o Banco do Brasil é líder desse mercado. No mês passado, o governo já ampliou de 18 para 72 os tipos de serviços que podem receber financiamento à exportação com recursos de ACC e ACE.

Ferramentas. O cenário de retração da demanda mundial e a perda de competitividade dos produtos brasileiros levaram o governo a estudar mecanismos que tornem as linhas de financiamento para o comércio exterior mais eficientes e que criem novas ferramentas para financiar exportações para países considerados de maior risco.

Há uma percepção de que alguns países da África e da Ásia são mercados potenciais, com o aumento do poder aquisitivo da população. No entanto, oferecem maior risco financeiro e operacional para os exportadores brasileiros. Por isso, o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) serão usados na oferta de crédito para estimular exportações para esses mercados. Hoje o Brasil já oferece empréstimos a fundo perdido para países com menor grau de desenvolvimento.

O Proex, operado pelo Banco do Brasil com recursos do Tesouro Nacional, também passará por reformulação tanto nas linhas de financiamento quanto nas linhas de equalização de juros. Ainda está em curso a regulamentação do Fundo de Financiamento às Exportações (FFEx), criado no ano passado, entre as medidas do Plano Brasil Maior, de política industrial. O fundo deve financiar empresas com faturamento bruto anual de até R$ 60 milhões.

Instituições públicas. O governo está preocupado com a perda de competitividade das exportações brasileiras e acredita que o crédito é um instrumento importante no arsenal para salvar a indústria. Por isso, iniciou uma nova ofensiva para baratear o crédito e aumentar o capital de giro das empresas. A equipe econômica quer que os bancos públicos liderem este processo para aumentar a concorrência e obrigar os bancos privados a seguirem no mesmo caminho.