Operação recorde no Porto Itapoá em outubro

O Porto Itapoá, localizado em Santa Catarina, controlado pela LOGZ Logística Brasil S/A, fechou o mês de outubro batendo recordes de produtividade. Destaque para dois números inéditos na operação do terminal: 55 navios e 31.619 contêineres foram movimentados (51 mil TEUs) durante o mês.

Somente no ano de 2013, o terminal já recebeu mais de 400 navios e movimentou cerca de 250 mil contêineres. A previsão é que até o final do ano sejam operados mais de 500 navios e o porto se aproxime da marca de 300 mil contêineres movimentados, o que significa ultrapassar a marca dos 450 mil TEUs. O número é extremamente alto para um terminal que iniciou suas operações há pouco mais de dois anos (junho de 2011). Atualmente, mais de 800 grandes empresas utilizam o Porto Itapoá como operador logístico, que já conta com 14 serviços para o mundo todo.

Em outubro, as cargas da BMW movimentadas pelo Porto Itapoá, somadas ao grande volume de cargas refrigeradas foram o grande expoente das movimentações do Terminal neste mês.

Fonte: Monitor Mercantil

Diante de chuvas e correnteza, Porto de Itajaí é fechado e deixa doze embarcações no aguardo

Doze embarcações esperam para atracar no Porto de Itajaí, em Santa Catarina, fechado por conta das fortes chuvas e correntes de vento que atingem o estado. É a terceira vez nos últimos cinco anos que o Porto fecha por causa de complicações climáticas. No entanto, em 2008 e 2011 os problemas foram maiores, afetando a profundidade do canal de navegação e a estrutura dos berços de atracação.

 

As operações foram paralisadas no início da tarde de sexta-feira. A direção do Porto aguarda que a velocidade da correnteza diminua dos atuais sete nós para um nó. O prejuízo calculado é de cerca de US$ 2 milhões.

No início desta terça-feira (25), às 9h, o nível do Rio Itajaí-Açu chegou a 7,15 metros na região de Blumenau, a mais afetada pelas chuvas, ainda acima do estado de alerta que é de 6 metros. Na região de Itajaí, espera-se que tudo esteja normalizado a partir das 16h.

A previsão do tempo para o litoral catarinense nos próximos dias aponta chuva moderada e temperaturas baixas. A tendência é que aconteçam garoas isoladas por causa da circulação marítima de vento. No próximo final de semana as pancadas de chuva podem voltar.

Com informações da Defesa Civil de Santa Catarina e do jornal Folha de S. Paulo.

Chuva paralisa Porto de Itajaí desde sexta-feira

As chuvas que atingiram as regiões Sul e Sudeste do país obrigaram o Porto de Itajaí a fechar.

As operações foram paralisadas no início da tarde de sexta-feira e estão previstas para serem retomadas amanhã. Para isso, no entanto, a velocidade da correnteza precisa diminuir dos atuais sete nós para um nó.

“Foi uma medida adotada preventivamente, para que os barcos não sofressem avarias”, afirma o superintendente, Antonio Ayres dos Santos Júnior.

Desde sexta, 12 embarcações aguardam para atracar, três cancelaram suas escalas e duas alteraram o cronograma. A estimativa é que os armadores percam de US$ 20 mil a US$ 30 mil a cada dia por navio parado.

O prejuízo, se o porto for reaberto amanhã, poderá alcançar cerca de US$ 2 milhões (R$ 4,4 milhões).

As 12 embarcações movimentam 5.259 contêineres (3.721 de importação e 1.538 de exportação). Cada um deles que não for embarcado deixará de movimentar R$ 1.600 na cadeia logística.

O porto já foi fechado em decorrência da chuva em, pelo menos, outras duas ocasiões -em 2008 e em 2011. Em ambas as vezes, os problemas foram maiores, houve mudança do calado e danos nos berços de atracação.

Há projetos para construir barragens na cabeceira do rio Itajaí-Açu que poderiam evitar essas paralisações, de acordo com Santos Júnior. Algumas delas, porém, ainda estão em fase de estudos executivos.

O Porto de Itajaí é um dos principais do país na movimentação de contêineres.

Fonte: Folha de Sao Paulo

Brasil está na idade da pedra em contêineres

Port Container International revela que o porto holandês de Rotterdam acaba de bater recorde de movimentação, ao receber o maior navio do mundo, o Mc-Kinney Moller, da Maersk. Foram realizados 215 movimentos por hora, nesse navio que pode transportar 18.270 TEUs (contêineres de 20 pés ou equivalente). Antes, o líder mundial era o Marco Polo, da CMA-CGM, de 16.020 TEUs. Rotterdam operou, em 2012, 2,5 milhões de contêineres, sendo que em novembro de 2014 irá inaugurar novo terminal, o de Maasvlakte, com oito guindastes de controle remoto – que seriam os primeiros do mundo com tal modernidade. Importante destacar que, apesar de todo esse sucesso, Rotterdam ainda está abaixo dos terminais-líderes do mundo, os asiáticos.

Esse supernavio é o primeiro da linha triple-E da Maersk; este ano, a Maersk receberá segunda unidade e até o fim de 2015, mais 15. Isso, sem dúvida, irá gerar mudanças no comércio mundial, pois apenas um navio desses pode transportar 111 milhões de pares de sapatos esportivos, quantidade que daria para suprir, em conjunto, toda a demanda de Holanda, França, Bélgica, Dinamarca, Noruega e Finlândia por alguns meses. Já imaginaram que excesso de oferta isso irá gerar em muitos produtos? Uma importação de massa de tomate, por exemplo, poderá inibir a produção interna de um país por muitos meses. E mais: em breve, a Maersk passará a segundo plano, pois os maiores navios de contêineres do mundo serão as unidades da China Shipping Container Lines (CSCL), com 18.300 TEUs.

Enquanto isso, como está o Brasil? Muito mal. A nova Lei dos Portos foi imposta por medida provisória, tão ruim que gerou 645 emendas, das quais 150 aceitas pelo relator. O país mal recebe navios com a metade da capacidade da linha Triple-E da Maersk. A nova lei permite que novos terminais usem pessoal contratado sem obedecer aos sindicatos, mas, para os atuais terminais, não só manteve o uso de estiva suprida pelos sindicatos, como fez com que essa obrigação fosse ampliada para trabalho em terra, a capatazia. Lá, modernidade e controle remoto e, por aqui, capatazia e estiva vinculada aos sindicatos.

Os males dos portos não decorrem do atual governo. Lula ainda teve o mérito de aprovar o programa de dragagem (I PND), mas o segundo se arrasta sem a mesma eficiência. Dilma atirou no que viu, mas acertou no que não viu, ao impor, de forma absolutamente ríspida, uma lei cheia de contradições que, segundo importantes advogados, fatalmente irá gerar acúmulo nos tribunais. E, ainda por cima, deixou de lado a voz dos usuários, ao transformar os Conselhos de Autoridade Portuária (CAPs) de deliberativos em consultivos, ao contrário do que sugeria um estudo do BNDES sobre a questão. Em resumo, mais uma vez o mundo se moderniza… e não espera pelo Brasil.

Sem médicos

Esta coluna publicou a informação de que a clínica CDPI da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, está marcando ultra-sonografias para janeiro do próximo ano. Em resposta, uma empresa de planos de saúde explicou que os médicos preferem focar em suas próprias especialidades e não querem se dedicar muito a essa atividade. A operadora de planos informou que os valores pagos foram elevados, recentemente, mas até agora o quadro não foi revertido.

Grito

A manifestação programada para o próximo sábado, Dia da Pátria, está sendo chamada de Grito do Gigante. Estão previstas passeatas para as capitais e cidades médias, canto do Hino Nacional e manifestações a favor de saúde, educação, contra altos impostos e má gestão dos governos. Espera-se que, se o movimento for realmente amplo, seja também pacífico, sem quebra-quebra. Em Brasília, vão desfilar 1.850 militares, e na segurança atuarão 2.400 pessoas – o que mostra a apreensão das autoridades.

No ar

Até agora, os preços das passagens aéreas caíram 26%, este ano, mas a consultora LCA prevê alta de 40% até dezembro. Não pela demanda – que está em queda ou inalterada – mas pela desvalorização do real e em razão dos custos dos combustíveis, cotados em dólares. Se o combustível para carros tem preço controlado, o mesmo não ocorre com o dos aviões e navios.

Burocracia tributária

Informa Dionaldo Passos, gerente do grupo Neo Grid, que, desde o ano passado, quando começaram a valer as primeiras exigências setoriais do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) publicado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária e pela Receita Federal do Brasil, muitas empresas brasileiras têm enfrentado dificuldades para se enquadrar.

O governo criou etapas para atingir cada setor. Em dezembro, será a vez de pequenas transportadoras que não possuem sistema de tecnologia da informação para controle de conhecimentos de transporte. Os transportadores que não se adequarem à legislação estarão sujeitos ao bloqueio na emissão de Autorização de Impressão de Documentos Fiscais (AIDF). O não cumprimento da exigência pode acarretar penalidades como a apreensão da mercadoria por inexistência de CT-e.

Para as indústrias que dependem de transportadores de pequeno porte, também conhecidos como transportadores agregados, a consequência será a de operar em desacordo com a legislação, ter a operação afetada e, até mesmo, deixar de entregar produtos para seus clientes.

Rápidas

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga nesta quarta-feira, em sua sede carioca, estudo sobre mercado de trabalho, com ênfase na juventude *** Neste mês, o Riocentro – área de exposições localizada na Zona Oeste carioca – recebe a Rio Franchising Business e o 68º Congresso Brasileiro de Cardiologia. A expectativa é acolher 33 mil visitantes no mês *** Começa nesta quinta-feira, em São Petersburgo, na Rússia, reunião do G-20, grupo que reúne as principais nações do planeta, o que inclui o Brasil *** Terá início nesta quinta-feira a Feira Internacional de Arte (Art Rio) *** Será dia 17, em São Paulo, a XVII Conferência Nacional de Logística *** O grupo de microfranquias Zaiom está se expandindo no Estado do Rio, com a Home Angels, de cuidadores de pessoas, e a Dr. Faz Tudo, de reparos e reformas prediais *** Começa dia 17, no Royal Tulip Hotel, em São Conrado, na Zona Sul carioca, a mostra Rio Info *** Será dia 15, no Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu, no Paraná, a XVI Reunião Ministerial de coordenação entre Brasil, África do Sul, Índia e China (Basic) sobre Mudança do Clima *** Nunca se pode apoiar vandalismo, mas a qualidade dos serviços oferecidos pela Supervia/Invepar, no Rio, é degradante. O visual dos trens e das estações mostra falta de investimentos efetivos *** Em apenas alguns meses, a filial carioca da empresa paulista de tecnologia da informação Brasoftware já responde por 12% do faturamento do grupo *** Nesta semana, o Conselho Nacional do Sesi e a Federação das Indústrias do Rio (Firjan), lançam o projeto ViraVida em três comunidades pacificadas do Rio de Janeiro: Jacarezinho, Cidade de Deus e Rocinha *** O Comitê Popular da Copa e Olimpíadas organiza nesta quarta-feira visita a comunidades removidas no Recreio dos Bandeirantes durante a construção da Transoeste. Organizações de direitos humanos como Anistia Internacional, Justiça Global e membros da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores do Rio estarão presentes, para fiscalizar as remoções feitas na cidade olímpica *** A terça-feira foi de dólar e bolsa em queda.

Monitor Mercantil

Caravana de produtores conhece logística de exportação portuária

Produtores do Cone Sul do estado de Rondônia e noroeste do Mato Grosso visitaram a Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (Soph) no último sábado (31). Além de ver de perto a estrutura portuária, eles também conheceram a logística de exportação e importação e como o Porto Organizado contribui para a economia do estado.

 

A caravana foi iniciativa da FMC (“Fazendo Mais Pelo Campo” ) Agricultural Products – fabricante de defensivos agrícolas – e teve como propósito apresentar aos produtores rurais o trajeto da soja – que utiliza o corredor noroeste de exportação – rota de escoamento da produção de grãos das regiões noroeste de Mato Grosso e sul de Rondônia, através das hidrovias formadas pelos rios Madeira e Amazonas.

Durante a visita, o diretor- presidente da Soph, Ricardo de Sá Vieira, destacou a agilidade do Porto da Capital na liberação de cargas. Sá também ressaltou as vantagens do modal hidroviário.

“Um comboio de balsas que transporta 20 toneladas de soja e segue pela Hidrovia do Madeira, por exemplo, equivale a 727 carretas bitrens nas rodovias, considerando que cada uma delas transporte uma carga de 55 toneladas de grãos. Sem contar que o frete hidroviário é 50% menor que o rodoviário, enfatizou o secretário.

Os visitantes tiveram ainda uma palestra, in loco, com o técnico operacional do Departamento de Fiscalização e Operação da Soph, Marcos Reis, que explicou como funciona o Porto Organizado e a importância da Hidrovia do Madeira.

O agricultor Gilmar Vassati, que cultiva soja e arroz no Mato Grosso, visitou um porto pela primeira vez. “Gostei de conhecer a estrutura. O que o agricultor precisa é desses investimentos para escoar o produto”, disse.

Participaram da comitiva o secretário estadual de Agricultura (Seagri), Evandro Padovani, o secretário adjunto da mesma pasta, Adilson Júlio Pereira e o secretário adjunto de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Francisco de Sales Oliveira dos Santos.

Autor: Isis Capistrano / Josi Gonçalves
Foto: Isis Capistrano
Fonte: Assessoria Soph

Porto de Paranaguá sofre com gargalos logísticos

Líder na exportação de grãos e importação de fertilizantes, o Porto de Paranaguá é uma das áreas mais atraentes a investimentos necessários para zerar o déficit na capacidade de movimentação de cargas que prejudica o comércio exterior brasileiro. Porém os gargalos impedem os avanços desses projetos.

Para que o porto consiga avançar e agilizar os investimentos nos 25 terrenos que poderão se licitados pelo governo na reforma portuária, 20 deles de áreas novas, melhorias na gestão terão que ser cobradas e a burocracia terá que se menor ao logo dos processos de aprovação de empreendimentos.  Só na parte de grãos, um de seus principais motores de crescimento, o porto opera com déficit de 30% na oferta de capacidade.

O membro da do Conselho de Autoridade Portuária de Paranaguá, Luiz Fayet, explica que há momentos em que os usuários têm de fazer “vaquinha” para resolver os problemas. Na semana passada 86 navios estavam à espera de vaga, e para 30 a 35 deles o problema era exatamente a falta de capacidade de recepção no porto.

 

Fonte: Guia Marítimo

Içara na mira de um Terminal Intermodal Aduaneiro

Grupo de investidores apresenta projeto para a prefeitura e aguarda resposta sobre aprovação até o mês de setembro

A prefeitura de Içara e empresários locais receberam uma proposta de desenvolvimento econômico tentadora na noite de ontem na Associação Empresarial e Industrial de Içara (Acii). Um grupo de investidores formado pela OpenMarket, Grupo Jayme Zanatta e FTC apresentou o projeto e as perspectivas de crescimento à região trazidas pela instalação de um Terminal Intermodal Aduaneiro.

A perspectiva inicial é movimentar por mês quatro mil contêineres e chegar, em 15 anos, ao volume de 16 mil. Caso aprovado e aceito pela comunidade içarense, o terminal levaria cerca de dois anos e meio para ser finalizado, sendo que a construção iniciaria no mês de setembro. Dividido em quatro fases, a circulação de contêineres seria possível na primeira fase, completadas nos primeiros seis meses. A proposta é instalar o terminal em uma área de 40 hectares – entre a BR-101 e a ferrovia -, com geração de 280 empregos diretos e um investimento de R$ 40 milhões. A capacidade inicial de movimentação é de quatro mil contêineres com importação, exportação e cabotagem.

De acordo com o diretor da trade catarinense OpenMarket, Marcelo Christiano, de Itajaí ao Rio Grande (RS) há uma janela que falta explorar nesse setor. “Para o município, o terminal é um portal de oportunidades e atrai empresas, teremos estrutura para bater à porta das empresas e oferecer o serviço. Com o terminal é possível ter uma economia de até 36% na logística de operação. Estamos correndo contra o relógio, alguns armadores querem vir para o Porto de Imbituba”, observa o diretor da operadora.

Carlos Augusto Menezes, da Ferrovia Tereza Cristina, afirma que diariamente chegam a passar pela “frente” de Içara cerca de 500 contêineres. “E para onde vai isso tudo? Nada fica aqui, eles vão direto para os outros portos. Temos energia garantida, qualidade de vida, um aeroporto que está prestes a ser inaugurado. Tudo isso atrair investidores”.

O prefeito de Içara, Murialdo Gastaldon, reconhece que o empreendimento vai mudar as condições econômicas de Içara, mas salientou que não vai tomar a decisão sozinho. Quer envolver empresários, comerciantes, agricultores, a população na análise do projeto e suas consequências. Para isso, nos próximos dias será convocada uma audiência pública para iniciar as discussões. “O projeto é grande; 40 hectares é só para o terminal, a necessidade real é de 120 hectares e a cidade precisa dispor”, lembrou Gastaldon, já que no entorno serão necessárias empresas e estabelecimentos comerciais suporte como borracharias, hotéis, postos de combustíveis e empresas que consertam contêineres, entre outras necessidades.

“Não temos tudo isso. Só dispomos disso na Fazenda Guglielmi (sentido Sul/Norte à esquerda da BR-101, próximo ao viaduto) e passa por desapropriação, não temos recursos para tal. Transformando aquela área em objeto de interesse público aos poucos a prefeitura desapropria a preço de mercado, mas a desapropriação quem vai pagar é a empresa a se instalar, tudo será pago com recurso privado, sem nenhum centavo de dinheiro público”, pontua o chefe do Executivo.

De acordo com um dos investidores, Edmilson Zanatta, do Grupo Jayme Zanatta, o projeto é um assunto tratado há cerca de seis meses e por muito tempo foi tratado com sigilo até que tivesse consolidado, já que é algo ousado e coloca Içara em uma condição econômica excepcional. “Guardamos a ideia e o projeto para encorpá-lo e desenvolvê-lo. O apoio do poder público foi primordial”.

Durante o encontro, muitos empresários manifestaram-se de forma positiva ao projeto de logística. O coordenador de movimento econômico da Associação dos Municípios da Região carbonífera, Sérgio Tiscoski, apontou que o Sul sofre com a falta de infraestrutura e tem inúmeras atividades econômicas, o que, por isso, precisa ser resolvido. “Içara, por exemplo, tem cerca de 15 atividades econômicas. O transporte é a 11ª maior atividade no município, o que representa 3,05% do Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente 283 empresas daqui e de fora buscam a produção das empresas de Içara e deixam recursos no município. Com o terminal, o frete vai ficar em Içara e o PIB atual, sem dúvida, poderá quintuplicar. Será um divisor de águas não só para Içara, mas para a região”, estima Tiscoski.

O encontro da noite dessa segunda-feira foi o terceiro promovido entre a Acii e os empresários, denominado Encontro de ideias com o prefeito, realizado na sede da Cooperaliança.

Portos de Itajaí e São Francisco do Sul focam investimentos em ferrovias

Em Itajaí, obra da chamada ‘ferrovia do frango’ é tida como prioridade.
Terminais acreditam que serão beneficiados com nova MP dos Portos.

Luíza FregapaniDo G1 SC

O Porto de Itajaí, responsável pela movimentação de mais de US$ 16 milhões em 2012 e pela maior carga de contêineres em Santa Catarina, espera que, com a aprovação da MP dos Portos, seja desenvolvido um trabalho de planejamento, identificando os gargalos e acessos dos portos. Para aumentar a competitividade, o porto aposta na chamada “ferrovia do frango”, aferrovia da integração, que fará a ligação entre o Leste e o Oeste do estado. A duplicação da BR-470 também deve permitir uma ampliação da capacidade do terminal.

Porto - Itajaí (Foto: Arte/G1)

“É necessário fazer novos investimentos não só no porto como também na área de influência. Para aumentar a produtividade, é necessário também aumentar o número de berços e a infraestrutura. Com a aprovação, vejo apenas vantagens para o setor”, explica o superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres.

O porto público, um dos mais importantes do país no escoamento da produção de frangos e suínos congelados, concorre diretamente com empresas privadas que atuam no complexo portuário.

A ‘ferrovia do frango’ ainda está em fase de licitação. A vencedora do processo terá um ano para encerrar o trabalho. A previsão é que as obras comecem em 2014 e a ferrovia entre em operação em 2019. Já o projeto de duplicação da rodovia BR-470 prevê licitação feita em lotes separados. Cada lote só é licitado após a conclusão das demais partes. O edital do lote 1, para a duplicação do trecho da BR-470 entre Navegantes e Ilhota, está em andamento. Os envelopes serão abertos no dia 21 deste mês.

Assim como em Itajaí, em São Francisco do Sul, o plano também é investir em infraestrutura nas áreas de influência e de logística até o acesso aos terminais. “Temos que começar a planejar o crescimento do porto pelas rodovias e ferrovia de acesso”, diz o presidente do Porto de São Francisco do Sul, Paulo César Corsi.

medida provisória  595/2012, conhecida como MP dos Portos, foi idealizada pelo governo federal em dezembro. A medida, que foi aprovada no dia 17 de maio e encaminhada para sanção da presidente Dilma Rousseff, estabelece novos critérios para a exploração e arrendamento (por meio de contratos de cessão para uso) para a iniciativa privada de terminais de movimentação de carga em portos públicos.

Porto de São Francisco do Sul

Porto São Francisco do Sul (Foto: Divulgação/Porto de São Francisco do Sul)Porto de São Francisco do Sul (Foto: Divulgação/
Porto de São Francisco do Sul)

O Porto de São Francisco do Sul, no Litoral Norte de Santa Catarina, é referência graneleira no estado. O destaque de movimentação é de soja em grão, farelo e óleo de soja, trigo, milho, congelados, derivados do petróleo e fertilizantes.

De acordo com Paulo César Corsi, o porto é de múltiplo uso, sendo o sexto porto no país em movimentação graneleira. Segundo ele, em apenas um berço, em 2012, foi movimentado mais de  6 milhões de toneladas de grãos. Porém, a capacidade do porto está toda comprometida.

Porto - São Francisco do Sul (Foto: Arte/G1)

“Para aumentar nossa produtividade, precisaríamos de mais berços e também investimentos na área de influência do porto, como nas ferrovias, por exemplo, para possibilitar transporte de mais carga”, reitera Corsi.

Logística
Para garantir o aumento do fluxo de cargas nos portos, a opinião consensual é que é necessário realizar investimentos em outras áreas. “O porto é um dos pontos finais, mas temos portos exemplares e estradas complicadas. Para aumentar a eficiência, precisamos de estradas mais eficientes e ferrovias mais estruturadas, com mais capacidade de transporte, por exemplo”, afirma o presidente da Câmara de Transporte e Logística e 1º vice-presidente da Federação das Indústrias, Mario Cezar de Aguiar.

Segundo Paulo César Corsi, presidente do Porto de São Francisco do Sul, o setor portuário é responsável por 95% do volume do comércio exterior do Brasil. “A solução passa pelo maior investimento, mas não apenas em portos. É preciso aprimorar toda a cadeia logística, incluindo vias de acesso e armazéns”, defende Corsi.

Investimentos e planejamento
Um dos grandes desafios dos portos catarinenses é manter a profundidade adequada ao tamanho dos navios. Para isso, é preciso ações constantes de dragagem (retirada da areia excedente, que provoca o assoreamento). Segundo o diretor do Departamento de Desempenho Operacional da Secretaria Especial de Portos, Marcelo Werner Sales, no Plano de Dragagem dos Portos Brasileiros estão previstos investimentos de R$ 477 milhões para ações de manutenção do calado dos três portos públicos ou híbridos de Santa Catarina (Itajaí, Imbituba e São Francisco do Sul) nos próximos dez anos.

Porto São Francisco do Sul (Foto: Divulgação/Porto de São Francisco do Sul)Canal do Porto São Francisco do Sul tem 12,6m de
profundidade
(Foto: Divulgação/Porto de São Francisco do Sul)

O processo, no entanto, exigirá esforços extras devido a um problema global do setor: a falta de padrões estáveis do tamanho-médio dos navios. A dificuldade reside no fato de as empresas armadoras preferirem embarcações cada vez maiores como forma de reduzir custos. Mas os projetos não conseguem acompanhar as rápidas mudanças de parâmetros. “Há dez anos, Itajaí embarcava 18 mil contêineres por mês. Hoje, um só navio já tem essa capacidade”, explica Sales.

“O navio que esperávamos receber no futuro está chegando agora. Nossos portos não estão preparados para isso. O rearranjo está complexo. Eu, responsável pelo programa, me sinto inseguro de definir o tipo de navio para os próximos anos, o que complica ainda mais a decisão de que investimentos são necessários fazer nos portos”, diz Sales.

MP dos Portos: opiniões divergentes
Segundo o superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres, entre as principais funções da MP estão melhorar a competitividade e a eficiência dos portos, ser base para tomada de decisões e definir as condições para o setor fazer investimentos com segurança.

Sobre a aprovação da MP dos Portos, a opinião do presidente da Câmara de Transporte e Logística e 1º vice-presidente da Federação das Indústrias, Mario Cezar de Aguiar, é que “houve críticas sobre o fato de muitas atribuições se concentrarem no governo federal, tirando o poder das autoridades portuárias”.

Para o diretor-executivo do Porto de Itajaí, Heder Cassiano Moritz, apenas após a sanção será possível definir metas. “O período de indefinição é complicado, com a lei aprovada, podemos tomar algumas decisões, buscar novos investimentos. Teremos a base para fazer nosso planejamento.”

Porto de Itajaí (Foto: Luíza Fregapani/G1 SC)Parte do porto privado de Itajaí, na margem
esquerda do canal (Foto: Luíza Fregapani/G1 SC)

O superintendente Ayres destaca também as desvantagens. “A MP não resolve toda a questão da eficiência. Espero que diminua a burocracia pelo menos. Em relação à mão de obra, por exemplo, os portos privados têm menos pessoas trabalhando e conseguem ser mais eficientes do que alguns públicos. A relação com o sindicato é complicada, porém, na medida provisória, esta questão não é tratada. Outra desvantagem é a centralização. Todas as decisões precisam ser aprovadas em Brasília, deixando alguns processos mais engessados. As ações locais deveriam ser delegadas aos portos”, diza Ayres.

Ayres ainda compara a situação do porto público de Itajaí com outras empresas que trabalham no Complexo Portuário. “A parte privada do porto, na margem esquerda, pode trabalhar sem nenhuma amarra, o que a torna altamente eficaz e competitiva”, comenta.

Segundo Sales, a ideia de aumentar a produtividade dos portos passa também pelo planejamento. “Temos que quebrar paradigmas, parâmetros empíricos, para conseguir aumentar a eficiência. No Brasil, diversos portos dependem de condições meteorológicas e do mar. Por que em outros locais, como na Europa, isso não acontece com tanta frequência?”, questiona.

Porto de Itajaí (Foto: Luíza Fregapani/G1 SC)
Porto de Itajaí aposta na ‘ferrovia do frango’ para aumentar competitividade (Foto: Luíza Fregapani/G1 SC)

Portos catarinenses receberão investimentos do Governo Federal

A afirmação foi feita pela ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, após a audiência com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o ministro interino dos Portos, Mário Lima Júnior, o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e o prefeito de Itajaí, Jandir Belini, nesta quinta-feira (5), no Palácio do Planalto, em Brasília.

 

No encontro, ficou definido investimento de R$ 287 milhões no Porto de Itajaí. Dentro do recurso previsto para Itajaí, R$ 165 milhões serão empenhados pelo Governo Federal para dragar o porto de Itajaí. Com isso, será ampliada a capacidade de cabotagem, permitindo que o porto receba navios de grande porte.

Além disso, foram discutidas melhorias para o porto de Navegantes, a manutenção da administração do Porto de São Francisco para o Estado. Já o Porto de Imbituba ainda será estudada, podendo ser delegada para a iniciativa privada.

“Com a aprovação da MP dos Portos, há recursos para melhorar a infraestrutura dos portos no Programa de Investimentos em Logística, anunciado no ano passado pela presidenta Dilma Rousseff, e a modernização da gestão portuária. Por isso, os portos catarinenses receberão investimentos do Governo Federal”, disse a ministra.

Portos – A ministra Ideli acompanhou a audiência do governador Raimundo Colombo e do prefeito de Itajaí, Jandir Bellini com a ministra Gleisi Hoffmann, hoje, no Palácio do Planalto. Na pauta, os investimentos do Governo Federal para os portos de SC, principalmente, para ampliação do Porto de Itajaí e as implicações dos vetos da MP dos Portos em SC, anunciados nessa tarde pela a ministra Gleisi.

Expectativa é que MP dos Portos destrave os portos catarinenses

O acionista do Terminal Portuário Santa Catarina, no porto de São Francisco do Sul, e também um dos donos da agência marítima Litoral Soluções em Comércio Exterior, Alberto Raposo de Oliveira, aguarda com ansiedade a sanção da Medida Provisória dos Portos pela presidente Dilma Rousseff. A nova legislação é considerada fundamental para a modernização do sistema portuário brasileiro. O prazo para que a presidenta sancione, com ou sem vetos, termina nesta quarta-feira, dia 5 de junho.

A ansiedade se justifica. Em termos de infraestrutura, pode-se dizer que o cenário portuário brasileiro se divide em dois momentos: antes e depois da Medida Provisória dos Portos. Tanto é que Oliveira saiu muito animado do encontro que teve há 15 dias com o empresário Jorge Gerdau, no Majestic Palace Hotel, durante o lançamento do projeto Gestão Municipal para a Nova Economia, promovido pelo secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Paulo Bornhausen. Oliveira pediu que Gerdau, com acesso à Dilma, intercedesse por Santa Catarina. “Foi um apelo oportuno. Espero que a presidenta dê mais atenção para Santa Catarina, somos um Estado merecedor”, disse.

Há oito anos, o representante catarinense de comércio exterior espera a liberação do licenciamento de um novo terminal privativo de granéis sólidos, onde já foram investidos R$ 88 milhões. O terminal terá dois berços de atracação de 320 metros cada. O TGSC, como está sendo chamado o projeto, terá capacidade para movimentar 12 milhões de toneladas. “Isto vai de encontro ao que a presidenta quer: destravar a infraestrutura e fortalecer a nossa competitividade”, declarou.

Mas, por enquanto, o projeto está paralisado. Para se ter noção do gargalo em que se encontra hoje o setor portuário, Oliveira cita como exemplo a espera de 18 anos para que o Porto de Itapoá fosse licenciado. “É inconcebível”, afirma. As licenças do Ibama e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) demoraram muito para serem expedidas.

A melhora e as concessões dos portos para o setor privado devem ocorrer com a sanção da Medida Provisória 595, de 6 de dezembro de 2012. Esta legislação foi aprovada pelo Congresso na noite de 16 de maio.

Expansão 

Antes da MP 595/12, sem a concessão dos serviços portuários, a participação da iniciativa privada e dos terminais públicos para o crescimento do setor sempre foi envolta de dificuldades. A Portonave, companhia que administra o Porto de Navegantes, considera que a MP dos Portos traz um cenário positivo e que haverá a expansão do sistema portuário do Brasil, dando condições para que os investimentos na área sejam destravados. Para a diretoria da Portonave, o comércio no País ganhará impulso, aumentando também a competitividade dos produtos.

Porém, a transformação do CAP (Conselho de Autoridade Portuária) em órgão consultivo deverá ser observada com atenção, de acordo com a diretoria da Portonave, pois o órgão em Itajaí é bastante participativo. Até abril, o porto privado movimentou 206.326 TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés). No ano passado, a empresa circulou 620.026 TEUs.

O superintendente do Porto de Itapoá, Patrício Júnior, é totalmente favorável à nova legislação. Com a MP 595, segundo ele, haverá uma estabilidade jurídica maior no setor, permitindo que os terminais invistam mais, aumentando a eficiência dos portos. Por outro lado, diz Júnior, alguns pontos podem ser considerados negativos, como aqueles que ainda faltam ajustar, como por exemplo, a utilização de mão de obra.

Embora seja um porto privado, o superintendente espera que os R$ 50 bilhões que serão destinados pelo governo aos portos brasileiros, de acordo com a Associação Brasileira da Infraestrutura de Base, sirvam para melhorar a infraestrutura. “Nessa questão de investimento, acredito que o governo poderia ajudar na infraestrutura, como o canal de acesso aos portos, por exemplo”, salientou. Até o fim de 2013, a movimentação do Porto de Itapoá deverá atingir a 400.000 TEUs.

FONTE: ECONOMIA SC