Preços da importação caem em junho nos EUA, o maior retrocesso desde 2008

WASHINGTON, 12 Jul 2012 (AFP) -Os preços dos produtos importados nos Estados Unidos conheceram em junho sua baixa mais forte desde dezembro de 2008, afetados especialmente pelo retrocesso dos valores dos hidrocarbonetos, segundo os dados publicados nesta quinta-feira pelo departamento do Trabalho.

Os preços baixaram 2,7% em relação ao mês anterior, continuando com a queda iniciada em abril, principalmente sob o efeito da mais importante queda dos preços dos produtos petroleiros importados pelos Estados Unidos (-10,5%) desde deembro de 2008.

 

AFP

Movimentação de carga no Porto do Pecém cresce 29%

Principal influência para o resultado partiu das importações, que registraram salto de 46% no período

A movimentação de cargas pelo Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) apresentou crescimento de 29% no primeiro semestre, em relação a igual período do ano passado, de acordo com informações da Cearáportos, empresa responsável por comandar os portos do Estado.


Minérios de ferro, frutas, carnes e calçados foram os mais exportados pelo Pecém FOTO: JOSÉ LEOMAR

Ao todo, aproximadamente 1,8 milhão de toneladas (t) passaram pelo Pecém. Em 2011, essa carga havia atingido 1,4 milhão de toneladas.

Cimento

Para o resultado maior da primeira metade de 2012, o destaque foi o crescimento das importações, que atingiu a marca de 46%, representando 79% do total movimentado no semestre. Conforme a Cearáportos, o avanço das importações é resultado, principalmente, dos desembarques de 336 mil toneladas de cimentos não pulverizados (clinkers), 291 mil toneladas de carvão, 241 mil toneladas de produtos siderúrgicos e 162 mil toneladas de gás natural.

Segundo dados da Secex – Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, nas importações, o Pecém lidera, nacionalmente as movimentações de cimentos não pulverizados (clinkers) com participação de 46%, seguido do porto de Santarém com participação de 15%. Já na importação de produtos siderúrgicos, a liderança ficou com o porto de São Francisco do Sul (24%), seguido pelo Pecém, com 16%.

Daqui para fora

As exportações participaram com 385 mil toneladas, sendo que os principais produtos exportados foram os minérios de ferro (115 mil toneladas), frutas (58 mil toneladas), carnes (13 mil toneladas) e calçados com 9 mil toneladas.

Liderança de calçados

O Porto do Pecém está liderando a exportação de calçados no País, com participação de 31% dentre todos os portos brasileiros, também de acordo com os dados divulgados pela Secex.

No caso do Porto do Mucuripe, os números semestrais ainda não foram divulgados.

Os últimos referem-se ao acumulado de janeiro a maio deste ano, período em que registrou a importação de quase 12,7 mil toneladas de asfalto.

No conjunto de mercadorias movimentadas durante os cinco primeiros meses do ano, o Porto de Fortaleza teve acréscimo de 3,75% ante igual intervalo de tempo do ano passado.

Ao todo, no acumulado do ano, foram movimentadas 1,7 milhão de toneladas.

No total

1,8 milhão de toneladas passaram pelo Porto do Pecém, no primeiro semestre deste ano. Carga inclui o que foi importado e também exportado

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE

Superávit comercial da China salta com fraqueza nas importações

PEQUIM, 10 Jul (Reuters) – Os dados da balança comercial de junho da China, divulgados nesta terça-feira, causaram ansiedade sobre a força da demanda doméstica na segunda maior economia do mundo, ao passo que as importações cresceram apenas metade do ritmo esperado, sinalizando uma necessidade de Pequim tomar mais ações para impulsionar o crescimento.

Autoridades apontaram para a crise da dívida na União Europeia (UE) -o maior parceiro comercial da China- como essencial para Pequim atingir sua meta de 10 por cento de crescimento das trocas comerciais este ano, com a queda nas vendas na UE no primeiro semestre de 2012 fazendo com que os Estados Unidos superem o bloco como o principal destino das exportações chinesas.

As importações, na base anual, cresceram 6,3 por cento em junho, número muito distante da previsão de economistas para aumento de 12,7 por cento e dos 12,7 por cento de alta em maio, indicando tanto uma queda na demanda doméstica como queda nos estoques dos exportadores, preocupados com a fraqueza do crescimento de novas encomendas.

“No mundo ‘acentuadamente negativo’ de hoje, isso colocará o foco sobre o ângulo da demanda doméstica e sobre a história de forte desaceleração”, afirmou à Reuters o chefe de pesquisas econômicas para a Ásia do ING em Cingapura, Tim Condon.

Os dados de importação ofuscaram uma surpresa no crescimento das exportações de junho de 11,3 por cento ante expectativa de alta de 9,9 por cento, deixando o superávit comercial em 31,7 bilhões de dólares, ante 18,7 bilhões de dólares em maio.

“As exportações vieram acima das expectativas, mas isso não significa que nós não devemos ficar preocupados com as exportações”, afirmou o economista do HSBC em Pequim Sun Junwei.

As exportações da China para a UE caíram 0,8 por cento no primeiro semestre de 2012, para 163,1 bilhões de dólares, enquanto para os Estados Unidos elas cresceram 13,6 por cento, para 165,3 bilhões de dólares. A China importou 65,8 bilhões de dólares em produtos norte-americanos nos primeiros seis meses do ano, uma alta de 7,9 por cento.

(Reportagem de Kevin Yao)

Reuters Brasil

Guerra dos Portos: final feliz para os paranaenses

A uniformização das taxas de ICMS fixadas em 4%, que são cobradas pelos portos do Brasil para as operações de produtos importados, oficializa o encerramento da Guerra dos Portos e provoca o realinhamento da logística de importação no país.
A tendência é que os importadores optem por chegar ao país pelo Porto de Santos, já que é o terminal mais próximo do maior centro consumidor brasileiro. Porém, mesmo com a ampliação deste porto, já ocorrem dificuldades para atender a demanda de importação provocada por um efeito funil.
Por outro lado, a boa notícia é que o Paraná sai ganhando com a Resolução 72 aprovada pelo Governo Federal em maio. Isso porque o Estado costumava aplicar taxas de ICMS de até 9% para receber cargas importadas. Por causa da diminuição de valor, indústrias que utilizavam os portos considerados mais baratos, como os de Santa Catarina, para efetuar as suas importações passam a priorizar o terminal paranaense. Isso acontece também com os navios que não conseguem desembarcar os seus produtos em Santos devido à grande movimentação e desviam a rota para o Porto de Paranaguá.
Enquanto os portos vizinhos prevêem uma redução de movimentação de importação de mais de 15%, o Porto de Paranaguá já sente um aumento de volume que chega a 50%. Este aumento não está relacionado apenas à nova resolução, mas também é conseqüência da demanda interna crescente e economia aquecida, além da época de desembarque de fertilizantes agrícolas e exportação da soja.
Entretanto, esta reconfiguração dos portos do país, evidencia uma dificuldade enfrentada há algum tempo pelo empresariado nacional, a falta de infraestrutura dos terminais marítimos. Hoje, as principais portas de entrada de produtos no Brasil estão operando acima das suas capacidades, o que compromete o crescimento e desenvolvimento industrial. É preciso mais vontade política e da iniciativa privada para que se concretizem mais investimentos na ampliação e, principalmente, modernização de nossos portos, afim de não comprometer o desenvolvimento do país.

Jorge Lima, sócio-fundador e diretor da Mundial Import & Export Solutions.

FONTE: BEM PARANÁ

Governo prepara cortes em incentivos para importação

O governo federal está mais rigoroso na inclusão de novos produtos na lista dos ex-tarifários e revisando benefícios já concedidos. A ideia é que pelo menos quatro setores, cujo desenvolvimento de produção nacional foi considerado prioritário pelo Executivo, deixem de ser atendidos com a redução para 2% do Imposto de Importação (II) na compra de produtos não fabricados no país.

Por enquanto, a previsão é de que sejam retirados da lista os reatores para refinaria de petróleo, turbinas para geração de energia, locomotivas de alta potência e linhas de produção da indústria automobilística. No caso dos reatores para refinaria de petróleo, o benefício não será renovado. Os outros, no entanto, deverão ser excluídos gradualmente, conforme o desenvolvimento de produção nacional.

“Não estamos falando de protecionismo, de fechar nossa economia, de barrar as importações. Estamos falando de dar uma condição isonômica, ou de não favorecer um produto importado, quando ele existe no Brasil”, afirmou ao Valor a secretária de Desenvolvimento de Produção do Ministério do Desenvolvimento, Heloísa Menezes.

O regime de ex-tarifário é um mecanismo de estímulo aos investimentos produtivos no país por meio da redução temporária do Imposto de Importação de bens de capital, informática e telecomunicação que não são produzidos no Brasil. Nesse caso, a alíquota de importação é de 2% e com prazo de validade de até dois anos.

No primeiro semestre, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) incluiu 1.248 máquinas e equipamentos importados na lista dos ex-tarifários, o que deve alavancar investimentos de mais de US$ 15 bilhões na indústria, segundo previsão feita pelas empresas. No mesmo período de 2011, foram atendidos 1.263 pedidos da indústria, sendo que a estimativa de investimentos era de US$ 13,95 bilhões.

No ano passado, as importações de máquinas e equipamentos no regime de ex-tarifário somaram US$ 5,6 bilhões, viabilizando investimentos da ordem de US$ 41 bilhões. Em 2010, essas compras totalizaram US$ 4,1 bilhões, alavancando aplicações de US$ 27,1 bilhões da indústria.

A secretária de Desenvolvimento de Produção disse que neste ano foram feitas algumas mudanças na forma de avaliar os pedidos da indústria para importar, com redução tarifária, máquinas e equipamentos que não sejam fabricados no Brasil. Uma das alterações foi a inclusão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na análise do pedido.
Na avaliação de empresários, a demora na análise dos ex-tarifários, assim como a operação Maré Vermelha da Receita Federal e uso de licenças não automáticas, teria como objetivo indireto travar a entrada de produtos estrangeiros no país.

A secretária admitiu que o governo está preocupado com o comportamento das importações, mas essa não é a justificativa para o aumento no período de análise dos pedidos. No primeiro semestre, o saldo comercial teve uma redução de 45,4%, reflexo de uma queda das exportações e aumento das importações em relação ao mesmo período do ano passado.

Com a inclusão 569 itens na lista de ex-tarifários na semana passada, o ritmo de concessões está semelhante ao do mesmo período de 2011. “Toda mudança requer um período de ajuste. Com a entrada do BNDES foi incorporada nova fonte de análise. Isso afetou, num primeiro momento, o processo e o tempo de avaliação. Mas agora já houve ajuste nos prazos. Há dois meses estávamos com estoque elevado”, afirmou. “Estamos sendo cuidadosos na avaliação da existência ou não de produção no Brasil”, disse Heloísa.

Ela destacou que não está sendo mais liberada a redução de tributos para a compra de sistemas integrados. “Aqui tem mais rigor. Não concedemos mais ex-tarifários para sistema integrado para permitir uma avaliação mais justa para o produtor nacional”, disse.

Fonte: Valor Econômico

Camex fixa novas regras para importações

Agência Estado

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) publicou na sexta-feira uma série de mudanças nas regras de comércio exterior. A Resolução 44, por exemplo, esclarece que pelúcia e veludo estão fora da lista de produtos em que é aplicado o direito antidumping para importações de “tecidos de felpas longas de fibras sintéticas” da China.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, outra resolução (nº 45) esclarece a forma de cálculo do direito antidumping aplicado desde 2010 para importações de glifosato formulado ou de sais de glifosato. “O objetivo é evitar problemas no cálculo para importações de formas diluídas do produto”, diz o ministério.

A câmara também incluiu a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Grupo Técnico de Facilitação do Comércio. Alterou ainda a lista de autopeças com benefício tributário de importação por não serem produzidas no Mercosul, com inclusão de alguns ímãs de ferrite (código NCM 8505.19.10), que passam a ter imposto de 16%.

Ouro fecha em queda com demanda por dólar em alta

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São Francisco – Os contratos futuros de ouro fecharam em queda nesta quinta-feira na Comex, a divisão de metais da bolsa mercantil de Nova York (Nymex), com os investidores preferindo o dólar ao metal precioso depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter cortado sua taxa básica de juro.

Muitos investidores recorrem ao ouro para se proteger de potenciais efeitos de inflação resultantes de ações como a adotada nesta terça-feira pelo BCE. O corte no juro, no entanto, não foi uma surpresa e os investidores passaram a vender ouro e comprar dólar.

Com isso, o ouro para entrega em agosto, que nas últimas sessões vinha subindo com a expectativa de uma ação por parte do BCE, recuou US$ 12,40 (0,76%) na Comex, fechando em US$ 1.609,40 por onça-troy. As informações são da Dow Jones.

Expogesso começa nesta quinta-feira no sertão de Pernambuco

RECIFE – Localizado no sertão pernambucano, o município de Trindade sedia, de 5 a 8 de julho, a 4ª edição da Exposição e Feira Internacional da Indústria do Gesso – Expogesso. O objetivo do evento é discutir assuntos do interesse do setor como produção sustentável, eficiência energética, exportação, certificações e a nova política de resíduos sólidos.

Além das palestras, haverá rodadas de negócio durante todos os dias da feira e a expectativa é que elas gerem cerca de R$ 40 milhões em contratos.

Participarão do evento mais de 60 expositores pernambucanos, empresários do Espírito Santo, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, além de investidores da Espanha e Alemanha. A última edição do evento promoveu a geração de R$ 22 milhões em negócios.

“A Expogesso é uma vitrine para os empresários pernambucanos e uma oportunidade do setor debater temas importantes. Fora isso, é a oportunidade de realizar negócios, comprar máquinas, conhecer as novidades e fechar novos contratos”, explica Conceição Moraes, gerente da Unidade do Sebrae do Sertão do Araripe e organizadora do evento junto à Prefeitura de Trindade. Segundo ela,  a feira possibilita o acesso de produtores locais a outros mercados e aumenta a competitividade dasempresas.

Ariston Pereira, presidente do Sindicato das Indústrias de Gesso de Pernambuco (Sindugesso), antecipa que, dentre as novidades da Expogesso deste ano, serão apresentadas peças de drywall (placas de alta tecnologia) 100% brasileiras, placas de gesso autoportante (forro removível), e blocos de gesso para divisória e estrutura com ajustes de qualidade. “Teremos também os últimos lançamentos na área de maquinário para mineração como maquinas para extração e jateamento, além de equipamentos importados para as diferentes fases da produção”, detalha Pereira. Ainda de acordo com ele, a expectativa para este ano é que a Expogesso atraia um público estimado em 50 mil pessoas.

FONTE: DCI

Porto de Paranaguá quer dobrar seu movimento até 2030

Um dos maiores portos graneleiros do país, Paranaguá (PR) pretende duplicar sua movimentação até 2030, por meio da expansão do cais a um novo município e da diversificação de cargas.

Segundo o estudo, o aumento da demanda até 2030 será puxado não somente por grãos e fertilizantes, que são hoje as principais mercadorias de Paranaguá, mas principalmente por cargas em contêineres, álcool e máquinas, que terão o maior crescimento entre as cargas do porto.

“A tendência é que o porto continue com perfil graneleiro, mas diversifique suas cargas”, afirma o engenheiro Juliano Elias, coordenador de planejamento do porto.

Em uma previsão conservadora, o porto movimentará, em 2030, 83 milhões de toneladas ao ano, ante 41 milhões de toneladas em 2011.

O estudo prevê o acréscimo de 7,5 milhões de metros quadrados de área ao porto, o que triplicaria o seu tamanho.

A expansão será feita na região de Embocuí, a oeste do atual cais, e em Pontal do Paraná, município litorâneo a leste de Paranaguá.

Por enquanto, não há previsão orçamentária para construir novos terminais.

A preocupação da atual administração é reagir à expansão dos portos de Santa Catarina, que vêm “roubando” cargas de Paranaguá.

O plano ainda deve passar pela aprovação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e da Secretaria dos Portos.

Fonte: Portos e Navios

Argentina e Brasil começam a destravar comércio bilateral

Produtos brasileiros como carne suína e de frango foram liberadas para comercialização no país vizinho; vinhos, polpa de maçã e de pera e outros alimentos argentinos podem ser vendidos no Brasil

As presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Brasil, Dilma Rousseff, se abraçam durante cúpula do Mercosul
Presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Brasil, Dilma Rousseff: comércio avança (Leo La Valle/EFE)

Argentina e Brasil começaram a destravar o comércio bilateral de produtos chamados sensíveis: carros, azeitonas, azeite de oliva, e outros alimentos argentinos; e as carnes suína e de frango e outros itens brasileiros, segundo informações de despachantes da aduana, da indústria e de autoridades locais argentinas. “As Declarações Juramentadas Antecipadas de Importação (DJAI) começaram a ser autorizadas para a entrada de suínos e derivados processados de frango do Brasil”, disse um dos despachantes ouvidos.

“O que estava bloqueado pela Argentina está entrando, mas é preciso ir monitorando para ver se continua assim”, disse uma fonte da indústria.  Segundo ela,  50% das carnes brasileiras que estavam travadas já foram liberadas. Além disso, a Argentina também autorizou a entrada de suínos e frangos industrializados, o que havia sido proibido desde fevereiro. O Brasil, por sua vez, também liberou licenças pendentes de vinhos, polpa de maçã e de pera, pêssego em lata, queijos e outros alimentos, segundo o secretário de Agroindústria da província de Mendoza, Marcelo Barg.

“O que foi negociado com a secretária Tatiana Prazeres, de Comércio Exterior do MDIC, está sendo cumprido e estamos muito satisfeitos”, disse ele. Fonte da indústria automobilística revelou que praticamente todos os carros que estavam parados na fronteira foram liberados pelo Brasil. “Estão destravando e não poderia ser diferente, porque somos o principal mercado de exportação de carros um do outro”, afirmou o executivo de uma das montadoras instaladas na Argentina.

A fonte informou que a Anfavea e sua equivalente argentina, a Adefa, vão se reunir nos próximos dias 26 e 27 de julho para elaborar uma proposta do setor que será entregue aos seus respectivos governos. Na última sexta-feira, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, anunciou que, em meados de julho, os dois governos vão iniciar as conversas sobre um regime comum para o setor automotivo, com base no programa brasileiro, que entrará em vigor em janeiro de 2013.

As barreiras argentinas ao comércio em geral e as represálias brasileiras, somadas aos reflexos do contexto internacional acirrado, provocaram uma queda anual de 32% do comércio bilateral em junho. O déficit argentino com o Brasil foi de apenas 262 milhões dólares, 46,6% menor ao verificado em igual mês de 2011, segundo análise da consultoria Abeceb. No acumulado do primeiro semestre, o déficit da Argentina é de 1,474 bilhão de dólares, bem abaixo do verificado em igual período de 2011, de 2,447 bilhões de dólares. “Esta queda no comércio bilateral não se registrava desde 2009”, alertou a consultoria.

A consultoria destacou que, em consequência da contração de suas exportações ao mercado brasileiro, a Argentina passou do terceiro ao quarto lugar no ranking dos principais fornecedores do Brasil e foi substituída pela Alemanha: Estados Unidos (2,734 bilhões de dólares); China (2,650 bilhões de dólares); Alemanha (1,110 bilhão de dólares) e Argentina (1,049 bilhão de dólares). Na mão contrária, a Argentina manteve-se como terceiro comprador dos produtos brasileiros, atrás da China (3,945 bilhões de dólares) e Estados Unidos (2,009 bilhões de dólares).

Autopeças – “As indústrias operam de maneira integrada e será difícil mudar isso. Nesse sentido, vão discutir e apresentar uma proposta que se enquadre aos interesses do governo e do setor”, afirmou a fonte. Um dos maiores interesses da Argentina no setor é o de equilibrar o comércio de autopeças, principal responsável pelo déficit comercial bilateral. No ano passado, a Argentina teve um déficit de US$ 6,9 bilhões com autopeças, segundo dados do Ministério de Indústria argentino. O país quer que o novo acordo automotriz seja um verdadeiro “toma lá dá cá”, como o que começou a ser concretizado nesta semana, com os alimentos.

(com Agência Estado)

FONTE: VEJA